A poucos dias das eleições legislativas, e mesmo sendo as medidas dos partidos relativas às forças de segurança abordadas e comparadas, parece que o futuro da PSP – naquilo que concerne à saúde – é incerto.
“Só vejo um partido, a Iniciativa Liberal (IL) a falar daquilo que pode ser melhorado nas forças de segurança. De resto, “é tudo muito vago. Não há referências diretas”, começa por explicar, em declarações ao i, Pedro Carmo, destacando que esta força política já garantiu que “o meio de resposta da PSP será aumentado e adequado”.
“Não estou a dizer isto por ser do partido ou algo que se pareça, mas apenas constatar a realidade. O resto é desadequado à segurança interna. São coisas completamente dispersas”, indica o presidente da Organização Sindical dos Polícias (OSP/PSP), evocando as propostas da IL.
No programa “Portugal a Crescer”, o mais extenso de todos, com mais de 600 páginas, a IL esclarece que pretende “aumentar a eficiência e rapidez de resposta das Forças de Segurança e Agentes de Proteção Civil em situações de socorro, emergência e segurança”; melhorar a adequação dos meios alocados aos eventos e ocorrências que necessitem de intervenção das forças de segurança pública; “reduzir o número de efetivos das forças de segurança afetos a tarefas burocráticas (…) que podem ser facilmente automatizadas / digitalizadas, orientando-os para os eventos de segurança pública onde a questão presencial seja crítica” e “promover a integração e interoperabilidade dos sistemas de informação das variadas Forças de Segurança e de Proteção Civil (FSPC), através do recurso a protocolos estandardizados e/ou conteúdos geográficos de utilização transversal às FSPC e a estratégias ‘cloud’”.
Juntamente com a IL, as forças políticas que propõem mais medidas são o PSD, o CDS-PP e o Chega.
“O que nos ia valendo era estes acordos grandes” “E agora surgiu, e não é novidade, a questão que os SAD vão ser praticamente extintos no sentido dos acordos com as principais empresas de saúde como a CUF ou a Joaquim Chaves”, observa, referindo-se aos Serviços de Assistência na Doença – Polícia de Segurança Pública (SAD-PSP).
“Vai deixar de fazer sentido porque quando vamos a uma consulta particular, independentemente do valor, os SAD pagam o máximo de 24 euros. Desconto 68 euros por mês, por exemplo, 3,5% sobre o vencimento, e isto dá para fazer um seguro de saúde”, lamenta, adiantando que “está na hora de os SAD serem opcionais”.
“Devemos poder escolher, não podemos continuar a ser obrigados. As redes em que cancelaram os acordos, são as principais em que fazíamos cirurgias, análises… Já não bastava os colegas das ilhas não terem quase oportunidades nenhumas e deparamos com isto”, sublinha, recorrendo ao exemplo do comunicado veiculado pela CUF há quatro dias.
Neste texto, foi explicitado que “será feita uma exceção para os tratamentos de oncologia em curso e para os internamentos ocorridos antes do dia 1 de março, mesmo que venham a ter alta depois desta data”, sendo o primeiro dia de março o limite para usufruir destes benefícios.
“O que nos ia valendo era estes acordos grandes”, conclui.