Não admira que a afluência às urnas tenha sido grande no domingo passado. Só se inscreveram os que queriam mesmo ir votar. E se nem todos o fizeram, foi porque houve locais em que se verificou um excesso de demora, que demoveu alguns. Tanto mais que lhes terá sido dito a esses que ainda poderiam votar no próximo domingo. Foi por isso que ainda assim se registou pouca, mas alguma abstenção.
Portanto a verdadeira abstenção ver-se-á no domingo, dia 30 deste mês. Incluindo mortos.
Entretanto, quando as coisas parecem incertas, e a esquerda moderada que normalmente é decisiva (não só pelo seu centrismo, mas por ter um voto mais flutuante e sociologicamente inteligente), é dada a maiores abstenções. Por simples comodismo, ou outros motivos. É verdade que ainda há nos jornais gente que se acha muito influente, e faz tudo para que os eleitores se comportem como eles acham. Com a idade compreenderão que maioritária e dominantemente os eleitores têm o seu voto determinado por outros motivos, mesmo que calhem acertar.
Entretanto, sabe-se que o Chega beneficiará de surgir como o partido mais à direita, independentemente do seu candidato. Pelo menos eu conheço gente que lá irá votar por essa razão. À esquerda haverá alguma equivalência. São partidos que sobem só por notoriedade. Porque há ainda muitos eleitores que não lhes interessa o que os governos fazem, mas apenas votarem à direita ou à esquerda.