Por Mário Cunha Reis – Engenheiro e gestor/ Porta-Voz da TEM Esperança em Movimento/ Membro da Comissão Política Nacional do CDS-PP
Nestas eleições legislativas decide-se se Portugal mantém ou não o rumo que vem seguindo desde 2015. O rumo de crescimento residual, que nos faz divergir da média dos países da União Europeia, em vez de convergir. O rumo da aproximação da cauda da Europa, onde entrámos com a promessa de desenvolvimento económico e social e nos vimos ultrapassados, em poucos anos, pelos recém-chegados países do leste. O rumo da mais elevada carga fiscal da história, que conduziu ao premeditado e sucessivo empobrecimento da classe média, que perdeu, assim, ânimo para intervir na sociedade e capacidade de investimento para puxar pela economia e pelo desenvolvimento equilibrado de todo o país. O rumo do empobrecimento dos mais pobres, sem acesso a cuidados de saúde adequados, que se veem obrigados a ter que optar entre medicamentos, comida ou aquecimento da sua casa, esmagados pelo aumento do custo de vida.
O Partido Socialista de António Costa promete a estabilidade deste mesmo rumo, se os portugueses lhe derem uma maioria absoluta. «Agora é que é!», diz, armado com a ‘bazuca’ europeia. Se não lha derem, assume para si uma derrota e, com o mesmo espírito com que fez a negociação do Orçamento do Estado para 2022, virará as costas aos portugueses e vai à sua vida para outras paragens, a fazer recordar o socialista António Guterres ou o social-democrata Durão Barroso.
O Partido Social Democrata de Rui Rio procura forçar a polarização política – em prejuízo do esclarecimento dos eleitores e com o costumeiro menosprezo pela Assembleia da República e pela atividade parlamentar – tentando reduzir estas eleições à mera escolha, entre dois candidatos, do próximo primeiro-ministro. «Ou é ele ou sou eu», diz. Curiosa e simultaneamente, manifesta disponibilidade, se necessário, para um acordo de governo com o PS.
O Bloco de Esquerda – promotor da eutanásia, da liberalização das drogas leves e da ideologização da escola pública – e o Partido Comunista Português com o seu apêndice, procuram estancar a perda de eleitorado. Apesar da recente demarcação do OE2022, o povo sabe bem que foram estes que permitiram ao Governo Socialista ‘navegar à vista’, gerindo o dia-a-dia do país, sem reformas, com o manifesto falhanço de funções do Estado na proteção civil, na defesa nacional, na administração interna, com perda de vidas humanas e incidentes vários, com trapalhada após trapalhada, com muita propaganda, mas sem uma real melhoria das condições de vida das pessoas comuns.
O PAN, o partido urbano-depressivo do animal doméstico e inimigo público número um do mundo rural, que sobrevive com grandes dificuldades numa União Europeia que subsidia o setor agrícola de outros países em prejuízo de Portugal, faz promessas de cooperação com o PS ou com o PSD, em troca de concessões à sua agenda animalista globalista.
O Chega, que se apresenta como partido antissistema, com a expectativa de crescimento da sua representação parlamentar, exige antecipadamente vários ministérios num governo liderado pelo PSD de Rio, e até mesmo o lugar de vice-primeiro-ministro! Rio diz que, por princípio, não, mas sabemos que, no centro do espetro político, o pragmatismo sempre se impõe. O que verdadeiramente importa é o poder.
A Iniciativa Liberal é o partido libertário (a par do Bloco) e dos ‘outdoors criativos’, cujo movimento fundador apoiou António Costa em 2015, e que recusou participar na coligação de direita em Lisboa – Novos Tempos, com o PSD, CDS-PP, PPM, MPT e Aliança – contra o Partido Socialista. Apesar disso, afirmou depois que a vitória só tinha sido possível com o ‘voto liberal’. Agora, com o apoio determinante e discreto de alguns dissidentes (e agora jurados inimigos) do CDS, que desejavam o diálogo com o PS, procura um lugar à mesa das negociações do Orçamento de Estado, de forma a assegurar influência nos mega-investimentos públicos em infraestruturas nos setores aeroportuário, ferroviário e energético, pois que estão aí a chegar os fundos da ‘bazuca europeia’.
O CDS – Partido Popular é, assim, o único partido que afirma de forma clara e inequívoca não apoiar de modo algum um governo do Partido Socialista. Afirma não ter a pretensão de integrar um Governo com o PSD, recusando integrar qualquer solução de apoio a um governo que dependa de partidos com uma agenda animalista ou populista e repudiando a agenda libertária.
Com o seu voto no CDS, contribui para o cumprimento de três objetivos fundamentais:
1. Afastar o Partido Socialista e os seus parceiros da esquerda, da extrema-esquerda fraturante e do animalismo totalitário do Governo de Portugal;
2. Impedir a formação de um bloco central dos interesses PS-PSD;
3. Abrir caminho para a formação de uma alternativa de direita, com um forte cunho humanista, personalista e democrata-cristão.
O voto no CDS é, portanto, um voto estratégico, sensato e racional.
É um voto de soma positiva, em várias dimensões. É um voto seguro.
É um voto certeiro, da marca dos três pontos.
O voto da utilidade positiva!