Há nova polémica em Espanha: Iñaki Urdangarin e a infanta Cristina, irmã de Felipe VI e filha do rei emérito, vão, por «acordo comum», interromper o casamento. O anúncio foi feito pelo casal através de um comunicado divulgado pela agência de notícias espanhola Efe.
O casal – que faria 25 anos de casados a 4 de outubro – compromete-se ainda a manter ‘intacta’ a relação com os seus quatro filhos, Juan (22 anos), Pablo (21), Miguel (19) e Irene (16), mas assegura a interrupção do casamento, pouco depois de o antigo duque de Palma ter sido visto com uma mulher que não a infanta Cristina, na praia de Bidart. Uma realidade que o próprio comentou em poucas palavras: «São coisas da vida», disse aos jornalistas.
«De comum acordo, decidimos terminar com o nosso relacionamento conjugal. O compromisso com os nossos filhos permanece intacto. Por se tratar de uma decisão privada, pedimos o máximo respeito de todos os que nos rodeiam», lê-se no comunicado do casal, que está junto desde 1996, e cujo casamento tem sido abalado por várias polémicas ao longo dos anos.
Foi em Atlanta que se conheceram, quando decorriam os Jogos Olímpicos de 1996 e Urdangarin era um dos jogadores da seleção espanhola de andebol. O amor entre ambos floresceu e, no ano seguinte, Iñaki Urdangarin e Cristina de Borbón casavam na catedral de Barcelona, frente a 1500 convidados.
Ao longo de seis anos, Cristina e Iñaki tiveram quatro filhos, e fizeram questão de aparecer como o casal-postal da família real espanhola.
O casal fez manchetes em 2015, quando Felipe VI – irmão da infanta Cristina – deu a machadada final num processo de separação da sua irmã, ao retirar-lhe o título de duquesa de Palma. Quando o Rei celebrava o seu primeiro ano de reinado, e procurando dar um golpe de autoridade para acabar com a crise que assolava a família real espanhola, Felipe VI avançou com a decisão de retirar o título à sua irmã, bem como ao seu cunhado. Em causa estavam, principalmente, os negócios ‘irregulares’ de Iñaki Urdangarin, que levaram o antigo jogador de andebol e a infanta Cristina ao banco dos réus nos tribunais espanhóis no caso Nóos.
O processo remonta a 2011, quando o então duque de Palma começou a ser julgado. Cristina acabou também envolvida, mas foi absolvida. Urdangarin, no entanto, não se safou: acabou condenado a cinco anos e 10 meses de prisão efetiva na prisão de Brieva, em Ávila, acusado dos crimes de prevaricação, fraude contra a Administração, tráfico de influência e crimes contra a Hacienda Pública. Desde o último verão, no entanto, que Urdangarin está a cumprir a sentença em casa, tendo de cumprir um protocolo de apresentações semanais nas autoridades espanholas. Cristina de Borbón, apesar de não ter sido alvo de sentença de prisão, foi obrigada a pagar uma multa de 265.088 euros, que acabou por ser reduzida pelo Supremo para os 136.950 euros.
Recorde-se que, depois de Juan Carlos I ter abdicado do trono, em 2014, a Casa Real espanhola esclareceu todas as dúvidas: a família real passou a ser composta pelos novos reis – Felipe e Letizia -, bem como as suas filhas, Leonor e Sofia, e os pais do Rei, Juan Carlos e Sofía. De fora ficaram, assim, as infantas Elena e Cristina.