Por Mário Cunha Reis – Engenheiro e gestor – Porta-Voz da TEM Esperança em Movimento – Membro da Comissão Política Nacional do CDS-PP
*Este artigo não foi publicado anteriormente devido à lei eleitoral.
Escrevo este artigo no dia reservado para a reflexão, na véspera das eleições legislativas. Não são conhecidos, portanto, nesta hora, os resultados, mas apenas vários estudos de opinião e sondagens que, como habitualmente, são desfavoráveis ao CDS. Mantenho a esperança de que se confirme a tradição e os resultados superem as piores previsões.
Não sei quantos deputados serão eleitos, nem por que círculo eleitoral, sendo muito provável que o Presidente do CDS-PP, Dr. Francisco Rodrigues dos Santos, cabeça de lista por Lisboa, com a confiança depositada pelos eleitores, conseguirá a sua eleição. Um lugar conquistado por direito próprio, em condições extraordinariamente difíceis, quer pela circunstância externa de ter que competir com dois novos partidos no espaço político não socialista, quer pela circunstância interna de ter que despender boa parte do seu tempo e energia, durante uma pandemia, a contrariar aqueles que depauperaram política, estrutural e financeiramente o Partido. Estes, não lhe deram tréguas até ao último dia de campanha, quer por acção pública visível, quer nos bastidores, procurando criar embaraços, boicotes ou desmobilizações, a somar aos escassos recursos financeiros e meios de campanha de que o partido e os candidatos puderam dispor.
Durante as poucas semanas de campanha e pré-campanha o Presidente do CDS-PP passou a ser uma figura conhecida da política nacional, respeitada pela combatividade, clareza, frontalidade, sagacidade e sentido de humor com que defendeu os valores do humanismo personalista, do conservadorismo, da democracia-cristã e da liberdade. Mais tempo tivesse para dar-se a conhecer e fazer passar a mensagem e as propostas do CDS para o governo de Portugal, e mais votos certamente lhe seriam confiados.
Sei que o CDS trabalhará no Parlamento com dedicação e afinco, seja com um ou cinco deputados, e Francisco Rodrigues dos Santos será a voz da direita certa, da direita sensata e democrática, da direita das liberdades, da direita defensora do trabalho e do mérito, defensora dos contribuintes e da gestão cuidada e racional dos dinheiros públicos, defensora dos mais pobres, dos mais vulneráveis e desprotegidos, defensora da vida e da dignidade da vida humana, defensora do ambiente e da natureza, do mundo rural e do mar, da integridade e da coesão territorial e nacional.
Sei que o papel do CDS na política portuguesa não se esgotou, porque estes valores e causas são valores e causas de sempre, que mantêm intacta a actualidade e a pertinência. Porque nos dias que vivemos são valores e causas importantes e cada vez mais urgentes.
Sei que o CDS continuará a ser uma força viva em Portugal, porque mantemos uma representação em todo o território nacional, no continente e nas ilhas, contando com centenas e centenas de pessoas com reconhecido mérito nas mais variadas actividades profissionais e na intervenção na vida cívica e humanitária. Representação reforçada nas recentes eleições regionais e autárquicas.
Sei que o CDS permanecerá como reserva dos valores do humanismo personalista e da democracia‑cristã, porque connosco se mantêm homens e mulheres com a inabalável convicção da sua validade e de que a sua aplicação na vida pública, num tempo de grandes mudanças culturais, tecnológicas e políticas, dará um inestimável e insubstituível contributo para a resolução dos novos dilemas éticos, morais e sociais que se nos colocam no presente e se colocarão no futuro.
Sei que o CDS resistirá porque nasceu debaixo de fogo. Porque foi a casa política escolhida por todos aqueles que não desejaram uma sociedade socialista para Portugal. E porque o socialismo não só não é inevitável nem irreversível, mas como se demonstrou, em quase cinquenta anos de regime, é um caminho de falsas promessas de desenvolvimento e de igualdade, de ilusória representação proporcional e de liberdade democrática, de disseminação da corrupção, de clientelismo e de nepotismo em todos os níveis de organização do Estado e das Administrações Públicas.
Sei que o CDS permanecerá vivo porque sempre existirão democrata-cristãos e conservadores que não abandonarão a defesa das causas justas, e que jamais deixarão de ser fiéis à declaração de princípios do partido enunciada em 19 de Julho de 1974.
Sei que o CDS se levantará novamente porque é um partido que nasceu e resistiu com a força da juventude, que sempre foi inconformada, combativa, moderna e reformista, com os olhos postos no futuro. Porque é um partido que deposita e projecta a sua esperança nas novas gerações, que valoriza a sua educação, formação e participação na vida pública. Um partido por ora pequeno, mas que conta com a maior organização de juventude em Portugal, a Juventude Popular!
Qualquer que seja o resultado destas eleições, eu ficarei. Nós ficaremos!
Pelas mesmas razões de sempre!
Por Portugal!
O autor não reconhece o AO 1990.