Djokovic e a sua novela com as autoridades australianas
Novak Djokovic, ao que tudo indica, será um negacionista dos efeitos positivos da vacinação contra a covid-19, e a defesa nas suas crenças não lhe tem saído nada barata. À chegada à Austrália para competir no primeiro Grand Slam do ano, onde pretendia bater o recorde de mais títulos nos principais torneios de ténis mundiais, o sérvio acabou detido, com o seu visto cancelado. Seguiram-se dias de novela judicial, entre recursos e confissões de ter quebrado o isolamento para dar uma entrevista, após ter ficado a saber que estaria infetado com o novo coronavírus. No fim, as autoridades australianas optaram pela deportação do sérvio, muito contra a sua vontade, a da sua família, e a de altos cargos do Governo do país da Europa de leste. Em causa está o facto de o tenista não estar vacinado contra a covid-19. Mais, Djokovic ficou barrado de entrar na Austrália nos próximos três anos, e, quando a polémica em torno deste assunto ainda mal tinha acabado, outra se abriu: o torneio de Roland Garros, em Paris, começou a fechar a porta ao sérvio, exatamente pela mesma razão que levou à sua expulsão da Austrália. Ainda assim, a imprensa desportiva internacional avançou recentemente que os franceses poderão alterar a lei para permitir a Djoko participar no torneio.
Irmãos Bogdanoff, génios excêntricos que recusaram a vacina
Os gémeos Igor e Grichka Bogdanoff foram inseparáveis em vida e até na morte. Estes dois rostos conhecidos por todos os franceses, protagonistas de um popular programa de ciência dos anos 1980, o Temps X, na Antenne 2, equivalente do Canal 2, faleceram aos 72 anos, no início de janeiro, com seis dias de diferença, vítimas da covid-19, após recusarem serem vacinados. A notícia chocou a França, habituada a ver os gémeos como figuras excêntricas, com o rosto desfigurado por sucessivas cirurgias plásticas, mas como estando de algum modo ligadas à comunicação de ciência – apesar das constantes alegações de plágio e de propagarem pseudociência que eram alvo. «Com a idade de 11 anos, fizemos testes que mostraram que éramos parte dos 0,01% da população que tem um QI maior do que 190», gabou-se certa vez Grichka, que estudou Matemática Aplicada com o irmão, recordou a France Press, alimentando a ideia que os gémeos seriam génios incompreendidos. As origens aristocráticas davam ainda mais mistério aos irmãos, em tempos galãs que faziam França suspirar, cujo o pai era um pintor filho de emigrados russos fugidos da revolução de 1917, e havia sido criado em Espanha por um príncipe, e cuja mãe era filha de uma condessa.
Kyrie Irving, por vacinar, orgulhoso e teimoso com a sua decisão
Kyrie Irving é uma das figuras mais conhecidas da NBA, e tem sido alvo de polémicas pela sua decisão de não se vacinar contra a covid-19. A medida tem saído cara ao jogador dos Brooklyn Nets, que esteve fora oito meses, e que continuará a falhar os confrontos em casa, já que as regras de saúde no estado de Nova Iorque não lhe permitem jogar enquanto não se vacinar contra a covid-19. A pressão para se vacinar tem aumentado, principalmente numa altura em que Kevin Durant, um dos jogadores estrela dos Nets, está lesionado, estimando-se que possa estar fora durante cerca de seis semanas. Irving até poderia diminuir os efeitos da ausência de Durant, mas, mais uma vez, como não está vacinado contra a covid-19, o basquetebolista não pode pisar o court em Brooklyn. Na semana passada, os Nets perdiam frente aos Cavaliers, antiga equipa de Irving, mas nem isso fez o jogador repensar a sua posição. «É a minha decisão, e mantenho-me firme», declarou no fim do jogo, que ficou também marcado por polémica, após o basquetebolista ter sido apanhado pelas câmaras a criticar os adeptos dos Cavaliers. «Ganhei um campeonato e os filhos da p… ainda são ingratos», disse Irving, uma frase que lhe custou 25 mil dólares (cerca de 22 mil euros), numa multa da NBA.
António Horta Osório. Da Suíça à Comporta numa questão de meses
A pandemia não foi simpática para o banqueiro português. Ou melhor: não ter respeitado as regras da pandemia foram o principal motivo da queda de António Horta Osório. Depois de ter batido com a porta do segundo maior banco suíço, refugiou-se na Comporta, na companhia da sua mulher. O banqueiro português renunciou ao cargo de presidente do Credit Suisse nove meses depois de ter assumido a liderança da instituição bancária, na sequência de uma investigação interna levada a cabo pelo banco para determinar se teria ou não quebrado as regras em vigor para fazer frente à crise pandémica. E não foi só uma vez. Numa das vezes o banqueiro compareceu no torneio de ténis em Wimbledon quando deveria estar em isolamento, contrariando as normas do país. E recentemente foi revelado que Horta Osório terá violado as restrições pandémicas para assistir à final do Euro 2020 no estádio de Wembley, no Reino Unido. O jogo decorreu a 11 de julho do ano passado, ou seja, no mesmo dia que quebrou as regras da quarentena para assistir à final masculina do torneio de ténis Wimbledon, segundo o Financial Times. O banqueiro português tinha sido chamado à liderança do Credit Suisse para gerir a crise criada pelos escândalos do Greensill Capital e do Archegos Capital Management. E, recorde-se, esteve também 10 anos à frente do Llodys, considerado um dos maiores bancos britânicos de retalho.