Com este projeto o principal museu do mundo com obras de Klimt acaba de fazer a sua estreia no crescente mundo das NFTs – um conceito indescritível que pode ser definido como um certificado de propriedade de um produto digital único, protegido contra cópias e que podem ser revendido.
O Belvedere – museu situado no Palácio Belvedere, em Viena, Áustria – criou uma cópia em alta resolução da pintura 'O Beijo' e dividiu-a num puzzle de 10 mil peças únicas que serão colocadas à venda separadamente, ao preço de 1.850 euros cada uma. Desta maneira, segundo o museu, os compradores terão "uma peça de edição limitada de uma obra-prima digitalizada".
“Os NFTs da obra foram gerados como itens de colecionador. Acreditamos que esta oferta é interessante tanto para os amantes da arte quanto para os colecionadores de NFT, e queremos atrair uma ampla gama de interessados”, disse à EFE, Irene Jäger, da assessoria de imprensa do Belvedere.
Além da arte e do colecionismo, os NFTs – oriundos da tecnologia blockchain que também é utilizada em criptomoedas – também são um ativo financeiro. A diretora da Galeria Belvedere, Stella Rollig , assegurou que a transformação das reproduções digitais em peças originais virtuais “abre novas formas de participação que, em termos financeiros, devem ser levadas a sério, mas que também podem ser vistas de forma lúdica”.
Se a Galeria Belvedere vender os 10 mil NFTs do ‘O Beijo’, faturará 18,5 milhões de euros. Ao preço atual de um ingresso normal de adulto, igualar esse valor exigia receber 1,16 milhão de visitantes.
Em 2019, este que é o segundo mais frequentado na Áustria, teve 1,7 milhões de visitas. "Os museus têm de continuar a encontrar novas fontes de rendimento para cumprir a sua missão", disse Jäger interrogada sobre a possibilidade da iniciativa procurar compensar a queda de visitantes sofrida nos últimos dois anos devido à pandemia da Covid-19.