Desde o lançamento do projeto novobanco Cultura, em janeiro de 2018 – enquadrado num protocolo com o Ministério da Cultura –, são já 36 os museus de quase todas as regiões do país que contam com 93 das obras da Coleção de Pintura do novobanco. As obras estão assim acessíveis ao público, através da sua integração nos circuitos expositivos permanentes de cada um dos museus incluídos no projeto.
O projeto de incorporação da coleção em Museus, que tem como principal objetivo «levar a arte a todos», viajando até todos os distritos do país, é uma iniciativa pioneira, não só pela componente de descentralização, como também pela atenção dada à relação das obras com os projetos e narrativas dos museus em questão, «para que cada incorporação seja uma mais valia e um contributo útil». O projeto, muitas vezes, contribui com várias obras, de modo a impulsionar a constituição de um novo núcleo de arte no Museu. Tal como foi o caso dos Museus de Reguengos de Monsaraz, Guarda, Barrancos, Crato, Mirandela, Olhão, entre outros.
Segundo fonte oficial do novobanco, «desde o início do projeto houve a preocupação em definir como objetivo a partilha com o público deste património cultural, que até aqui estava disperso nas salas e nos corredores do banco, e por isso, chamamos-lhe novobanco Cultura, Arte e Cultura Partilham-se». «Abrir o banco ao exterior não chegava. Quisemos tomar esta abertura em descentralização, de norte a sul, das capitais às cidades e vilas do interior, às ilhas, dos grandes museus às salas municipais», afirmou ao Nascer do Sol. Nas suas palavras, «este roteiro espalhado pelo país não é mais do que um compromisso de devolução à sociedade de algo que é de todos, o património cultural».
Além disso, não é necessário sair de casa para contemplar as 93 obras. O novobanco disponibiliza ao público todas as peças de arte que incorporam a coleção, na sua plataforma online, que são acompanhadas – sem exceção – de um texto informativo sobre a sua história, bem como um roteiro que percorre todos os museus, de norte a sul do país, onde se encontram obras da Coleção. Na sua diversidade cronológica, estilística e temática, as obras da Coleção permitem retratar momentos relevantes da História da Arte Europeia ao longo de seis séculos.
Segundo o site, o retrato, a paisagem, a natureza morta, a narrativa, são os principais temas das obras do século XVI ao século XVIII, destacando-se autores como Quentin Metsys, Peter Brueghel, Josefa de Ayala (Josefa d’Obidos), entre outros. Relativamente aos finais do século XIX e início do século XX destaca-se a pintura naturalista, representada por José Malhoa, José Júlio Souza Pinto, Tomás da Anunciação, entre outros. Os novos valores plásticos que marcam o século XX até aos anos 70, são representados nas obras de Vieira da Silva, Eduardo Viana, João Hogan, Nikias Skapinakis, D’Assumpção, Júlio Pomar e Jorge Pinheiro. Do último terço do século XX destaca-se a pintura de Júlio Resende, Angelo de Sousa, Ricardo da Cruz-Filipe e Graça Morais.
Para 2022, adianta a fonte, já está prevista a incorporação de mais obras da Coleção de Pintura em Museus.