Depois de várias demissões no gabinete do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, começam a ser apresentadas novas caras que irão ajudar o político na “conturbada maré” que tem estado a navegar e que podem até implicar que “salte borda fora”.
O “sangue fresco” que circula em Downing Street é representado por Steve Barclay, o novo chefe de gabinete, e Guto Harri, que irá servir como diretor de comunicações, e suscitou reações contrastantes entre os apoiantes de Johnson e os seus críticos.
Johnson explicou que Barclay, antigo ministro do Brexit, que ocupava o cargo da presidência do Conselho de Ministros, e Harri, ex-correspondente da BBC e antigo conselheiro de Johnson quando este era mayor de Londres – e que, nos últimos anos, se tinha afastado do primeiro-ministro –, são as escolhas necessárias para “conduzir este governo para a frente”.
“Eu prometi mudanças para que possamos continuar com o trabalho que o povo britânico nos elegeu para fazer”, disse o primeiro-ministro, citado pelo Guardian. “Precisamos de continuar a realizar a recuperação da pandemia, ajudar centenas de milhares de pessoas a voltar a trabalhar e cumprir a nossa agenda ambiciosa para elevar o nível de todo o país, melhorando as oportunidades das pessoas, independentemente de onde estejam”, afirmou.
“As mudanças que estou a anunciar para minha equipa sénior melhorarão a forma como o N.º 10 de Downing Street opera, fortalecerá o papel dos meus colegas de gabinete e acelerará a nossa missão definidora de nivelar o país”, esclareceu Johnson.
Estas nomeações foram reveladas depois de, na quinta-feira, quatro altos funcionários do governo britânico terem renunciado aos cargos, na sequência do caso das “festas” em Downing Street que alegadamente violaram as restrições durante a pandemia de covid-19.
Os trabalhadores em questão são o diretor de comunicação do governo, Jack Doyle, a conselheira Munira Mirza, o chefe de gabinete, Dan Rosenfield, o secretário particular do primeiro-ministro, Martin Reynolds, e a conselheira para assuntos relacionados com igualdade, mulheres, cultura, digital, meios de comunicação, desporto e extremismo, Elena Narozanski.
Segundo informações divulgadas nas últimas semanas, Rosenfield e Reynolds estiveram envolvidos nas festas organizadas em Downing Street em violação das restrições implementadas devido à pandemia, 12 das quais estão agora a ser investigadas pela Polícia.
Reynolds teria convidado 100 pessoas para uma festa em 20 de maio de 2020, pedindo que levassem álcool para “aproveitar o bom tempo”. Johnson admitiu que participou do evento, embora diga que pensou que era “para trabalho”.
Segundo o Guardian, as saídas do governo de Boris podem não ficar por aqui, afirmando que em risco de abandonar os seus postos estão o conselheiro especial, Dougie Smith (marido de Mirza), o funcionário público sénior, Simon Case, inicialmente encarregado de investigar as acusações do “Partygate”, e o procurador-geral, Alex Chalk.