As manifestações no Canadá contra as medidas de contenção da pandemia subiram a parada, com camionistas a bloquearam um dos mais movimentados pontos de passagem entre o Canadá e os Estados Unidos, tendo gerado mais de 400 milhões de dólares (cerca de 350 milhões de euros), por dia, de prejuízo.
Os camionistas começaram a bloquear esta zona na segunda-feira, na ponte Ambassador, que liga a cidade americana de Detroit com Windsor, cidade em Ontario, encerrando a ponte em ambas as direções.
Entretanto, a entrada para os Estados Unidos foi reaberta, mas a entrada no Canadá continua bloqueada, impedindo assim uma das principais rotas de comércio entre estes dois países. Todos os dias passam cerca de 8 mil camiões por esta ponte, o que representa cerca de 27% das trocas comerciais entre estes países.
Este protesto faz parte do “comboio da liberdade”, um movimento que começou como uma reivindicação de camionistas canadianos, mas tornou-se um protesto mais alargado contra medidas sanitárias e o Governo do país. Esta situação levou o presidente da Câmara de Otava a afirmar que a capital está “fora de controlo”.
“A situação, neste momento, está completamente fora de controlo, porque os manifestantes estão a mandar”, disse Jim Watson, em declarações a uma rádio local, realçando que os manifestantes “ultrapassam em muito a polícia”. “Estamos a perder a batalha, (…) temos de recuperar a nossa cidade”, frisou o autarca.
Os manifestantes exigiram uma reunião com todos os líderes políticos federais, à exceção do primeiro-ministro, Justin Trudeau, para encontrar uma “resolução pacífica” para esta crise, cita o Guardian.
“Peço desculpas se estou constantemente a atacar o Trudeau, mas honestamente, no meu ponto de vista, ele tem a mente de uma arma de calibre .22 num mundo de .357”, disse o porta-voz do “comboio da liberdade”, um programador de software e ex-membro das forças armadas canadianas.
“Coloque-nos à mesa com alguém que realmente se importe com o Canadá”, afirmou.
Mobilização no resto do mundo Os protestos no Canadá contra as medidas sanitárias preventivas da covid-19 têm levado a uma maior mobilização nos Estados Unidos, com os manifestantes a mostrarem-se contra a vacinação obrigatória e a “tirania” médica.
Na segunda-feira, várias centenas de funcionários municipais, inspirados nos protestos dos camionistas do Canadá, manifestaram-se em Nova Iorque contra a decisão de afastar, a partir de sexta-feira, todos os trabalhadores que se recusarem a ser vacinados.
Na Europa começa a crescer o receio que a próxima paragem do “comboio da liberdade” seja no “Velho Continente”, uma vez que já está marcada uma manifestação semelhante em Paris que depois partirá para a Bélgica.