Tal como a doença ao qual os manifestantes se opõem a controlar, os protestos inspirados pelo “comboio da liberdade” no Canadá estão a contagiar a Europa, o que levou a França a proibir todas estas manifestações.
A notícia foi divulgada pela polícia francesa, revelando que todos os protestos com o objetivo de “bloquear a capital francesa”, a decorrer entre 11 e 14 de fevereiro, serão banidos.
“Será criado um mecanismo específico para evitar bloqueios de estradas, e para multar e prender infratores”, afirmaram as autoridades.
Os manifestantes que fazem parte do “comboio da liberdade” partiram, esta quarta-feira, do sul de França e planeiam chegar a Paris na sexta-feira e depois seguir até Bruxelas, na Bélgica.
Num parque de estacionamento em Nice, onde se encontravam cerca de 200 manifestantes, era possível observar diversas bandeiras canadianas, um tributo aos camionistas que começaram estes protestos no Canadá.
Os manifestantes anunciaram que pretendem dirigir-se à sede da União Europeia, em Bruxelas, para exigir o fim das restrições a todos aqueles que não estão vacinados contra a covid-19.
“Muitas pessoas não compreendem porque é que um passe vacinal está em funcionamento em França”, disse um dos manifestantes à Reuters. “A nossa função é comunicar à Europa que introduzir um passe sanitário até 2023 é algo que a maior parte dos nossos compatriotas não consegue perceber”.
“Estamos fartos de todas estas restrições”, disse o camionista independente, Niolas Bourrat, ao canal de televisão francês. “Apenas queremos ir onde nos apetecer sem ser preciso pedir um passe vacinal. Pelo menos, com este ato, estou a fazer algo”.
O movimento “comboio da liberdade”, que começou como uma reivindicação de camionistas canadianos, tornou-se um protesto mais alargado contra medidas sanitárias e o Governo do país. Esta situação levou o presidente da Câmara de Otava a afirmar que a capital está “fora de controlo”.
Estes protestos chegaram em primeiro lugar aos Estados Unidos, gerando alguma simpatia com o movimento. Na segunda-feira, várias centenas de funcionários municipais manifestaram-se em Nova Iorque contra a decisão de afastar, a partir de sexta-feira, todos os trabalhadores que se recusarem a ser vacinados.
O movimento também está a ter fortes repercussões na Nova Zelândia, onde foram aplicadas algumas das mais duras medidas de restrição contra a pandemia.
O “Convoy 2022 NZ” mobilizou centenas de pessoas de todo o país para protestar em Wellington contra a obrigatoriedade da vacina contra a covid-19.
Esta quinta-feira, foram reportadas 50 novas detenções por parte da polícia, naquele que foi o terceiro dia de protestos junto ao Parlamento.
Os detidos “enfrentam acusações de invasão e obstrução, e serão libertados sob fiança para depois comparecerem no tribunal”, de acordo com um comunicado publicado na página da Internet da polícia neozelandesa.
A polícia da Nova Zelândia alertou os manifestantes, muitos dos quais acampados ilegalmente junto do Parlamento, que correm o risco de serem também detidos se não saírem do local.
Alguns manifestantes têm respondido com insultos, danças ‘haka’ e com objetos lançados contra agentes policiais, noticiou a rádio pública da Nova Zelândia, RNZ.