Uma nova espécie de dinossauro, com 130 milhões de anos, foi descoberta no Cabo Espichel, Sesimbra, mostrando assim que a Península Ibérica possuía uma vasta diversidade destes animais, revelam esta quarta-feira os paleontólogos da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa, num estudo publicado na revista científica PLOS ONE.
O fóssil descoberto pertence à família dos espinossaurídeos e chama-se "Iberospinus natarioi": "Foram escavados entre 2004 e 2008, com uma escavação adicional em 2020 que surpreendentemente conseguiu novos ossos", dizem .os paleontólogos da FCT Octávio Mateus e Dario Estraviz-López. Agora, depois de mais estudos e uma reexaminação, a nova espécie trata-se de um dinossauro aquático.
"O novo dinossauro foi batizado 'Iberospinus natarioi', que significa 'espinho ibérico' e também está dedicado ao descobridor, Carlos Natário", indicam os investigadores. O Iberospinus mostra ter uma configuração da mandíbula considerada única, "com canais internos diferentes e uma ponta da mandíbula reta", em vez de apontar para cima, como é o habitual em dinossauros semelhantes.
O 'Iberospinus natarioi', apesar de pertencer ao grupo dos espinossaurídeos, não teria nas costas uma vela como a do 'Spinosaurus' e não possuía, também, as adaptações extremas que outros membros do grupo poderiam ter para ajudar na movimentação na água.
A nova espécie, dizem os cientistas, é o terceiro espinossaurídeo nomeado na Península Ibérica, após o 'Camarillasaurus cirugedae' (inicialmente não reconhecido como um espinossauro) e o 'Vallibonaventrix cani'.