Partidos de acordo com o progressivo alívio das restrições contra a covid-19

Se por um lado o IL defende a abolição das máscaras em contexto escolar e o levantamento das restrições para eventos culturais, o PSD diz rever-se nas recomendações dos especialistas, o PS elogia o trabalho feito pela DGS ao longo dos últimos dois anos e Os Verdes pedem atenção à população mais vulnerável.

Na sequência da reunião que esta quarta-feira decorreu no Infarmed, em Lisboa, e reuniu vários peritos e responsáveis políticos, foram já vários os partidos que se manifestaram.

Iniciativa Liberal exige "ação política" para gradual regresso à normalidade

Carla Castro, deputada do Iniciativa Liberal (IL) e até aqui assessora do gabinete de Cotrim de Figueiredo, exigiu como prioridades para "ação política", numa altura em que se antecipa um gradual regresso à normalidade, a "recuperação das aprendizagens", da "saúde mental", dos "cuidados primários" e a recuperação "das listas de espera".

Apesar de admitir que o IL defende uma "gestão individual de risco responsável", a deputada liberal considera que isso se deve contrabalançar com um "sentimento de urgência" nestas frentes.

Carla Castro defendeu a "abolição das máscaras em contexto escolar" e o "levantamento das restrições para os eventos culturais", sublinhando que o que foi dito na reunião que "é necessário capitalizar o que se aprendeu com a Covid-19".

PSD de acordo com as recomendações dos especialistas

Já o PSD disse rever-se na maioria das propostas dos especialistas para o alívio de restrições no âmbito da pandemia de covid-19, sugerindo apenas que as máscaras e os certificados digitais não sejam retirados ao mesmo tempo.

Ricardo Baptista Leite, vice presidente da bancada dos sociais democratas, afirmou em declarações aos jornalistas que o partido "vê com agrado que, volvidos mais de dois anos desde o surgimento do primeiro caso de covid-19 no mundo, finalmente estamos no caminho de regressarmos à normalidade. Essa mudança não vai ocorrer numa semana ou duas, mas já percebemos que esta primavera marcará o momento de viragem".

O médico e deputado referiu que "um levantamento simultâneo da obrigatoriedade de máscara, ao mesmo que deixa de ser utilizado o certificado, será um passo que poderia ser dado em dois momentos, libertando as máscaras em certos espaços e mantendo os certificados", sendo que o documento poderia ser retirado numa futura avaliação, se os dados epidemiológicos fossem positivos.

O social democrata saudou ainda que os especialistas tenham abordado a necessidade de mudar a forma como são apresentados os dados sobre a covid-19.

"Parece-nos que a apresentação diária de todos os infetados é um dado que não é útil", defendeu, considerando que essa apresentação poderia passar a ser semanal e que deveria distinguir entre os infetados que estão vacinados e os que não estão.

PS elogia trabalho da DGS ao longo da pandemia

Já a deputada socialista Maria Antónia Almeida Santos considera que o país está "em condições de aliviar restrições, embora sem deixar de monitorizar e vigiar", fazendo questão de elogiar o trabalho desenvolvido pela Direção Geral da Saúde (DGS) ao longo de quase dois anos de pandemia.

"Assistimos a uma mudança de paradigma em que se deixou de estar numa situação de emergência em termos de saúde pública para se entrar numa situação de vigilância. Uma vigilância que se deve manter cuidada e rigorosa", declarou.

Segundo a dirigente socialista, há indicadores de que o vírus passou a "ser endémico" e, em resultado dessa mudança, haverá também "uma mudança ao nível das restrições que têm sido aplicadas ao longo destes quase dois anos" de covid-19.

PEV pede atenção à população "mais vulnerável"

Já a deputada do PEV Mariana Silva realçou a necessidade de investir nos cuidados de saúde primários e prestar atenção à população "mais vulnerável", sendo que a "infeção está num processo decrescente".

A deputada d'"Os Verdes" considera que é crucial prestar atenção à população mais vulnerável e adiantou ainda que, na reunião se discutiram "um conjunto de incertezas", por causa de um possível agravamento da pandemia, provocada por uma variante "com maior resiliência".

Para combater esta possibilidade, a também dirigente do PEV considerou que é necessário contratar mais profissionais de saúde.