A mentira e manipulação…

Vemos que a Ucrânia quase não tem capacidade de se defender, quanto mais poderia constituir perigo para a Rússia? É uma desgraça… uma desgraça mundial… uma desgraça anunciada…

Hoje, como sempre, a mentira e a manipulação fazem parte da linguagem de governação de guerra. É curioso ver que a Rússia está a entrar e a conquistar a Ucrânia palmo por palmo sem capacidade de defesa e, ao mesmo tempo, Putin a dizer que não tinham outra opção senão atacar a Ucrânia para se defenderem.

Mas defenderem do quê? Deferem de quem? 

A mentira e a manipulação descaradas estão ao serviço da governação e nós gostamos que nos mintam, que nos manipulem… 

Vemos que a Ucrânia quase não tem capacidade de se defender, quanto mais poderia constituir perigo para a Rússia? É uma desgraça… uma desgraça mundial… uma desgraça anunciada…

Nós temos visto, todos, muitos países a aniquilarem nações, desrespeitando o Direito Internacional, sem haver quaisquer sanções.

Vejamos o caso da China… não respeitam as mais básicas liberdades humanas… Há um diferendo sobre Taiwan e a comunidade internacional o que faz? Compra tecnologia, borracha, testes e máscaras covid e muitos outros bens fabricados na China. 

O que aconteceu quando a Crimeia foi invadida pela Rússia?

Mais recentemente: o que aconteceu ao Afeganistão quando os talibãs tomaram de rompante o governo e destruíram todo o caminho que os ocidentais ajudaram a construir?

A verdade é que estamos a gastar milhões de euros (e de dólares, também) para alimentar uma organização mundial (a ONU) que apenas parece ter como capacidade a implementação de programas de igualdade de género e outras coisas parecidas – que são importantes, mas que talvez se esteja a desviar do seu objetivo principal.

Na realidade, não precisamos de uma Nova Ordem Mundial, como alguns procuram criar, mas de uma Nova Ordem Moral, a quem todos reconheçamos a capacidade de organizar a vida de todos. 

O Papa Francisco, na sua encíclica sobre a Casa Comum, a Laudato Si, referia a importância de se restabelecer a figura de um pai comum a todos os povos, no fundo, um pai capaz de pôr Ordem no mundo, Ordem no coração do homem.

Porque na realidade, todas as guerras provêm do coração do homem.

Há, na Sagrada Escritura, um paralelo…

O Povo de Israel saiu do Egito, onde tinha estado escravo durante quatrocentos anos. É uma sensação incrível: quatrocentos anos debaixo do jugo do faraó e agora está livre… livre… já não tem de construir tijolos, nem de apanhar palha e terra… já não tem de amassar barro… não tem… está livre…

Mas logo chega o deserto… e começam os problemas e a divisões… até meterem quase Moisés no manicómio… o Povo leva Moisés à exaustão… quase ao ponto de desejar que nunca tal acontecimento de libertação tivesse acontecido… 

Durante quarenta anos, Moisés vai precisar de muita paciência para resolver as contendas e as insatisfações do povo. A certa altura Deus concede-lhe 72 anciãos para ajudar Moisés a governar o povo. 

Era uma casuística quase insuportável. Queriam justiça… Então, para que não restassem dúvidas – até porque Moisés iria morrer em breve – Deus fá-lo subir ao Monte Sinai e dá-lhe a Torah, a Lei… os Dez Mandamentos… Uma Lei que todos deveriam cumprir.

É isto… nós pensámos que nos libertávamos do poder da religião que nos dominou durante quase dois milénios para sermos livres de Deus… livres… livres… 

Nitzsche até matou Deus, ou melhor, verificou que Deus morreu…

Agora é o que temos… um deserto onde ninguém se entende… até que apareça o Sinai.