Por Daniel Teixeira da Silva, Gestor, Deputado municipal em Almada
O Partido Socialista com uma maioria absoluta na Assembleia da República tem agora a oportunidade de reformar Portugal.
Este resultado histórico, que veio consolidar as escolhas dos portugueses no centro político, fica marcado pela erosão da esquerda mais radical e da saída do partido (im)popular (CDS-PP) do Parlamento, mas, igualmente, pelo crescimento da extrema-direita. Ora, esta nova configuração do sistema político reforça a necessidade de demonstrar aos portugueses que as maiorias absolutas do Partido Socialista podem funcionar, sob pena de desfragmentar, ainda mais, um sistema político, cada vez mais, fragilizado pelo populismo e pelas promessas de caminhos simples, muito duvidosos, apresentados pela extrema-direita.
Muitas das diferenças fazem-se nas lideranças e uma maioria absoluta não é um poder absoluto. Esta situação, ao contrário de 2005, pelas diferenças de perfis dos respetivos líderes, representa uma grande oportunidade. Desde logo, uma maioria absoluta não é nenhuma novidade para António Costa, que já liderou nestas circunstâncias na Câmara Municipal de Lisboa, demonstrando saber ouvir todos os democratas e defensores da liberdade. Ao dia de hoje, já desencadeou o périplo junto dos partidos políticos que apresentam os valores de respeito pela democracia, liberdade e vida humana, representados no Parlamento.
Que o diálogo continue a ser valorizado, pois é a peça-chave nas lideranças e que permite mitigar os poderes coercivos. Mas a redução da maior dependência dos ditames da extrema-esquerda, conjugada com a ‘bazuca’ dos fundos do PRR, pode mesmo ser a esperança para as reformas estruturais.
Neste enquadramento, esta época representa uma grande oportunidade para realizar os investimentos e as mudanças estruturais tão urgentes, reduzir as burocracias desnecessárias e potenciar as tecnologias de informação úteis à melhoria da prestação dos serviços públicos.
É urgente investir em inovação, potenciar a fixação de mais empresas e incrementar os rendimentos dos trabalhadores. Só assim não deixaremos fugir a geração mais qualificada de sempre.