Depois de lançar o oitavo míssil desde o início do ano, a Coreia do Norte anunciou que, este domingo, conduziu um novo teste para o desenvolvimento de um sistema de satélites de reconhecimento, informou o meio de comunicação estatal, Agência Central de Notícias da Coreia, KCNA.
Apesar da reportagem deste meio de comunicação não oferecer grandes detalhes sobre que tipo de míssil foi lançado neste teste, as autoridades da Coreia do Sul afirmam que um “aparente” míssil balístico foi lançado numa zona perto de Pyongyang, maior cidade e capital da Coreia do Norte, perto da zona onde está situado o aeroporto internacional deste país.
Aparentemente este teste ajudou as autoridades norte-coreanas a confirmar “as características e a precisão de trabalho de um sistema de fotografia de alta definição e o sistema de transmissão de dados” ao realizar “fotografias verticais e oblíquas de uma área específica da Terra”, informou a KCNA, que também divulgou duas fotos da Península Coreana vista do espaço.
Segundo Jeffrey Lewis, professor especializado em controle de armas do Instituto de Estudos Internacionais de Middlebury em Monterey, na Califórnia, citado pela Deutsche Welle, as fotos divulgadas eram de baixa resolução e não estava claro o que a Coreia do Norte ganhou com o teste.
Os Estados Unidos condenaram o último lançamento e pediram à Coreia do Norte que cesse os atos desestabilizadores, mas disseram que o teste não representa uma ameaça imediata, segundo o Comando Indo-Pacífico dos EUA.
Este foi o oitavo teste de lançamento de mísseis levado a cabo pela Coreia do Norte, mas o primeiro desde janeiro, mês em que fizeram um número recorde de lançamentos de mísseis, tendo alguns especialistas considerado tratar-se de uma tentativa de aperfeiçoar a sua tecnologia de armas e pressionar o Governo norte-americano a fazer concessões, como o alívio de sanções económicas.
O último teste da Coreia do Norte havia sido em 30 de janeiro, quando disparou o míssil balístico de alcance intermediário Hwasong-12.
Maior arma testada desde 2017, o Hwasong-12 teria voado a uma altitude de cerca de 2 000 quilómetros, com alcance de 800 quilómetros.
O lançamento deste domingo ocorre menos de duas semanas antes das eleições presidenciais da Coreia do Sul, que acontecem em 9 de março. As autoridades de Tóquio e Seul temem que Pyongyang possa avançar com o desenvolvimento de mísseis enquanto a atenção internacional está focada na invasão da Ucrânia pela Rússia.
“Este lançamento ocorre enquanto a comunidade internacional está a responder à invasão russa da Ucrânia, e se a Coreia do Norte está fazendo uso dessa situação é algo que não podemos tolerar”, disse o ministro da Defesa do Japão, Nobuo Kishi, citado pela Reuters.