A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou, esta quarta-feira, que se Portugal se mantiver como agora, a nível de saúde pública devido ao vírus, a tendência para a vacinação contra a covid-19 nos próximos anos será mais seletiva e sazonal, embora a estratégia dependerá de novas vacinas que estão em investigação.
"Se tudo se mantiver como agora e, pelo menos, nos próximos anos, a tendência será para uma vacinação seletiva e sazonal", apontou Graça Freitas na entrevista à agência Lusa para assinalar os dois anos dos primeiros casos de infeção com covid-19 no país.
De acordo com a diretora, a indústria farmacêutica e a investigação científica estão "a trabalhar para novas vacinas com outras características e, sobretudo, que tenham um espetro de ação mais amplo, que não sejam só dirigidas por uma variante e que tenham uma duração maior da imunidade", acabando por admitir que a estratégia de vacinação poderá ter de ser revista.
"O que é que eu quero dizer com isto de [vacinação] seletiva é porque escolhemos grupos de risco, ou seja, as pessoas que mais beneficiam com a vacinação. E sazonal porque a expectativa que nós temos é que com este vírus (…), será uma vacinação que se fará no outono para os grupos de risco chegarem à estação mais agressiva, que é o inverno, já com proteção adicional", explicou, ao sustentar que a evolução da vacinação "a curto e médio prazo" dependerá das vacinas existentes, pelo que podem implicar uma revisão da estratégia.
Relativamente à vacinação em crianças dos 5 aos 11 anos, Graça Freitas disse que "atendendo às características da doença nas crianças e à perceção do risco, a adesão (…) foi bastante boa", relembrando que os serviços estão abertos para vacinar qualquer criança que ainda não tenha recebido nenhuma dose.
Segundo a diretora, "a segunda dose ainda está a dar bastante proteção a estas crianças", sublinhando que a "grande percentagem das crianças [nesta faixa etária]" que "esteve doente com a variante Ómicrom, o que dá uma imunidade natural já com esta nova variante".