Um promotor de Manhattan acusou Donald Trump de “vários crimes”, como fraude financeira, e condenou o procurador do distrito por não prosseguir com a investigação ao ex-Presidente dos Estados Unidos.
As acusações de Mark Pomerantz, que abandonou o cargo no dia 23 de fevereiro junto, com outro colega, Carey Dunne, ambos encarregados de uma investigação criminal contra Trump, surgem agora publicadas no New York Times. A sua carta de demissão revela que os magistrados se demitiram em protesto contra a decisão do novo procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, de não indiciar Trump.
“A equipa que investigou Trump não tem dúvidas se ele cometeu ou não crimes: ele cometeu”, pode ler-se na carga escrita por Pomerantz, que acusava a decisão de abandonar a investigação de ser “contra o interesse público”.
“As suas declarações financeiras eram falsas e ele tem um longo histórico de fabricar informações relacionadas com as suas finanças pessoais e de mentir sobre os seus ativos a bancos, meios de comunicação e muitos outros, incluindo o povo americano”, denunciou Pomerantz.
Este caso está relacionado, em particular, com as suspeitas de avaliações fraudulentas de ativos dentro da Trump Organization, que inclui clubes de golfe, hotéis de luxo e outros imóveis, de forma a obter empréstimos mais vantajosos de bancos ou pagar menos impostos.
Os dois promotores pretendiam acusar Donald Trump de falsificar documentos financeiros, segundo avança o New Tork Times.
Estas acusações já levaram ao indiciamento, em julho, da Trump Organization, bem como do seu histórico diretor financeiro e amigo do ex-Presidente Allen Weisselberg, por sonegação de impostos. Apesar de se terem declarado inocentes, ambos irão a julgamento, previsto para 2022.
Na semana passada, o ex-Presidente já tinha sido acusado de violar as leis federais que regulam o financiamento das campanhas ao arrecadar e gastar dinheiro sem apresentar oficialmente a sua candidatura à Casa Branca.
A queixa foi avançada pelo grupo American Bridge, o comité de recolha de fundos de campanha pró-democrata, que, na passada segunda-feira, apresentou uma queixa à Comissão Federal de Eleições onde acusou Trump de “usar ilegalmente o seu PAC (…) para arrecadar e gastar fundos além dos limites da Comissão com o objetivo de promover a campanha presidencial de 2024”.