Quando pensávamos que estávamos a ver o apocalipse com a chegada da pandemia, estávamos redondamente enganados. Quando pensamos que o estamos a ver diariamente com a violência doméstica e a violação e respectivas penas e medidas de coação estamos certos. E agora a guerra! Quando pensávamos que as guerras eram seletivas de sítios longínquos, como tantos fazem questão de apontar, como no Iémen (onde se morre de fome), na Síria, ou no Afeganistão, chega-nos uma bem perto de nós, para os que nada fizeram ou em nada falaram, acerca das anteriores, dizerem que a actual guerra na Ucrânia, é uma guerra selectiva às portas da Europa, com uma abertura muito mais facilitada. É notório que vimos casos reportados de racismo e xenofobia contra cidadãos de pigmentação mais escura ou de outras etnias. E o assunto foi pouco explorado ou debatido. Não convém falar do assunto, e por isso aqui ó mencionei. No entanto, a Ucrânia está a desfazer-se aos bocados e nenhum argumento é válido para tal barbárie. Quando penso na guerra, não penso nos senhores da guerra, que irão lucrar com ela, dê ela para a esquerda ou para a direita. Penso nas mulheres, nas crianças, nos soldados rasos que foram obrigados a deixar as suas famílias para ir combater pelos ideais de outra pessoa ou pessoas. Penso nas bombas que explodem dentro dos apartamentos. Penso nos bunkers sem ar e no choro abafado das crianças. E penso assim seja em que guerra for.
No Afeganistão, onde as mulheres sentiram o poder da libertação em 2001 e estão agora escondidas de sítio em sítio, para não serem mortas, abusadas ou vendidas. Penso nas raparigas que não podem frequentar as aulas. A esperança rompeu-se tão rapidamente como veio. Quem manda mais uma vez são os senhores da guerra. No Iémen, a população morre de fome. Na Síria, instalou-se o estado islâmico e a Rússia ajudou as forças de Bashar Al-Assad a destruírem, Damasco e Aleppo. No meio do caos e da fuga, segue-se o aproveitamento do tráfico de mulheres e raparigas para serem escravas sexuais.
Sim, estamos agora a ver o apocalipse, tão rápido se unem as forças do bem, como se juntam as forças do mal. Como é que medimos quais é que ganham, com tanta morte e destruição? Talvez não perdendo a esperança, pois até num mundo de animais ferozes é preciso saber amar!