A maior cidade da China, Xangai, com mais de 25 milhões de habitantes, está a ser sujeita a um dos maiores confinamentos desde o início da pandemia de forma a conter um surto de covid-19 ligado à variante Omicron, algo que provocou um grande descontentamento entre os habitantes desta cidade.
A China está a enfrentar o pior surto da pandemia, enquanto Xangai regista a maioria dos casos, apesar das autoridades alertarem que ainda nem sequer atingiu o pico deste surto.
Foram reportados 5 656 casos assintomáticos e 326 casos sintomáticos na terça-feira, um aumento dos 4 381 novos casos assintomáticos e 96 novos casos com sintomas que foram registados no dia anterior.
Este confinamento funcionou em duas partes. O lado Este da cidade foi encerrado na segunda-feira e assim irá permanecer até ao dia 1 de abril, enquanto o lado Oeste irá sofrer estas restrições do dia 1 até 5 de abril.
Entre as medidas impostas pelo Governo chinês está a suspensão de transportes públicos e empresas e fábricas que devem interromper as operações ou trabalhar remotamente, alertaram as autoridades. Apesar das medidas impostas, algumas empresas que alegam não poder parar de trabalhar, instalaram acampamentos dentro das suas infraestruturas para que os funcionários não necessitem de voltar a casa.
Segundo a BBC, a administração de Xangai publicou as instruções na sua conta do WeChat, onde fez um apelo à população para “apoiar, compreender e cooperar com o trabalho de prevenção e controle de epidemias da cidade”, mas não tem sido fácil para os habitantes desta enorme cidade.
“Durante 48 horas, fizeram testes a todos os vizinhos e, até ao momento, nenhum testou positivo, apesar de ninguém sequer ter tido estado em contacto próximo com um contagiado”, disse uma residente de Pudong ao El País. “Depois desse período, disseram que teríamos de estar mais 48 horas isolados e, depois, outras 48. Terminamos a quarentena no dia 21”, queixou-se a moradora.
Os moradores de Xangai expressaram crescente frustração com as medidas impostas à cidade, principalmente devido à escassez de alimentos nos supermercados, escreve o Guardian. Os moradores relataram o aumento dos custos dos produtos frescos e os habitantes idosos confessaram dificuldades a aceder à tecnologia necessária para fazer encomendas online.
Apesar da rigidez destas medidas, Xangai evitou um confinamento total porque as autoridades consideram imperativo manter o funcionamento do porto e da praça financeira da cidade, a fim de preservar a economia nacional e mundial.
Apesar de os números atuais da difusão do vírus serem muito baixos em comparação com outros países do mundo, são os mais altos na China desde as primeiras semanas da pandemia, que começou em Wuhan no final do ano de 2019.