O Governo do Reino Unido vai terminar esta sexta-feira com o sistema que permitia à maioria da população realizar autotestes rápidos à covid-19. Esta medida acontece numa altura em que as infeções continuam em níveis recorde.
Em 2021, foram distribuidos por locais de trabalho, farmácias e pelo correio mais de 1.700 milhões de autotestes, de modo a encorajar a população a testar-se regularmente, adiantou o Governo. Contudo, a partir de amanhã, a maioria dos residentes em Inglaterra terá de comprar testes em farmácias ou online.
Apesar de os testes antigénio serem menos exatos que os PCR, que são usados para confirmar oficialmente as infeções, o resultado fica disponível mais rapidamente. Estes serão agora gratuitos apenas para trabalhadores e utentes de ambientes de alto risco, como hospitais ou outros estabelecimentos de saúde e prisões.
Na Escócia, no País de Gales e na Irlanda do Norte o programa continuará durante mais algumas semanas.
Para a deputada dos Liberais Democratas, Daisy Cooper, a eliminação dos testes gratuitos é sinónima de uma despesa para as pessoas, que já estão a enfrentar o aumento dos preços de alimentos e energia. "É um imposto sobre todos aqueles que querem proceder bem e fazer um teste antes de visitar parentes idosos ou vulneráveis", disse.
Há também outras pessoas que consideram esta medida pouco prudente, uma vez que é tomada numa altura em que, segundo o Office for National Statistics (instituto de estatísticas britânico), se estima que uma em cada 16 pessoas em Inglaterra estejam infetadas com o novo coronavírus.
Apesar de, na quarta-feira, o número de internados com covid-19 naquele país ser de 15.632 pacientes (o mais alto em três meses), o número de pessoas ligadas a ventiladores é baixo, assim como o número de mortos, que está abaixo dos picos de 2020 e 2021.