A República de San Marino, situada no norte da Itália, tornou-se esta sexta-feira oficialmente no primeiro Estado do mundo a ser liderado por um homem homossexual.
Paolo Rondelli, homem gay de 58 anos, ex-vice presidente da Arcigay Rimini, uma ONG italiana em prol dos diretos LGBT, e primeiro embaixador do país no Estados Unidos da América (EUA), foi eleito um dos dois "capitães regentes" de San Marino, cargo que irá partilhar, nos próximos seis meses, com Oscar Mina.
A ONG considera a eleição de Rondelli um "facto histórico", diz, em comunicado. "San Marino já empreendeu durante anos um caminho de profunda revolução sobre o tema dos direitos. Se pensarmos que a homossexualidade foi criminalizada até 2004, este caminho, especialmente se o virmos do ponto de vista da Itália atolada, é espantoso. Em apenas alguns anos, San Marino aprovou sindicatos civis iguais, graças também à contribuição de Paolo Rondelli e à colaboração da Arcigay Rimini, incluiu na lei constitucional a proibição da discriminação com base na orientação sexual graças a um referendo ganho com uma esmagadora maioria de 71%, e recentemente aprovou também, finalmente, a interrupção voluntária da gravidez com 77%".
Os "capitães regentes" são eleitos entre os 60 membros do Parlamento local, sempre em duplas e com mandato de 01 de abril até 01 de outubro.
Existem por todo o mundo políticos e até chefes de governo que fazem assumidamente parte da comunidade LGBT, mas nunca tinha havido um Chefe de Estado, até agora.