Mais de 1.000 oficiais alemães invadiram alegadamente na quarta-feira as casas de 50 suspeitos de serem militantes neonazis em 11 Estados do país, e prenderam quatro deles, uma ação que a revista alemã Der Spiegel classificou como "o maior golpe contra a cena militante neonazi no passado recente".
"Os quatro homens detidos são acusados de pertencerem a uma organização criminosa de extrema-direita", afirmou o Ministério Público Federal alemão, num declaração, citada pelo The Guardian, que fala ainda de acusações por danos corporais graves. A revista informa ainda que um dos quatro suspeitos era um oficial não comissionado das forças armadas alemãs.
Acreditava-se que os suspeitos visados fossem membros do Knockout 51, um grupo de artes marciais de extrema-direita, do Combat 18, proibido com o nome da ordem no alfabeto das iniciais de Adolf Hitler, da Divisão Atomwaffen, com sede nos EUA, ou do grupo de propaganda online Sonderkommando 1418.
Note-se que o governo alemão, liderado pelo chanceler Olaf Scholz, tomou posse em dezembro, prometendo uma luta decisiva contra os militantes de extrema-direita, após críticas de que a administração anterior tinha sido leve em relação à violência neonazi.
Nancy Faeser, ministra do Interior da Alemanha, disse quando foi nomeada que a sua principal prioridade seria enfrentar a "maior ameaça do país: o extremismo de extrema-direita" após uma série de ataques mortíferos dos radicais.
"Os nossos esforços significativamente intensificados contra os violentos extremistas de direita estão a dar frutos", disse, numa declaração na quarta-feira, citada pelo mesmo jornal.