Para fazer face à abstenção das camadas mais jovens nas eleições presidenciais, o governo francês decidiu juntar-se à rede social Snapchat para apelar ao uso do voto.
Esta rede social é uma das plataformas mais utilizadas em França, contabilizando um total de 24,2 milhões de utilizadores registados. Através de algumas das personalidades mais seguidas desta rede, o executivo francês vai tentar passar a mensagem sobre a importância do voto, numa altura em que se estimam recordes de abstenção no país.
O Snapchat também vai permitir um acesso direto à criação de procurações, uma vez que em França é possível a um eleitor delegar noutro o seu direito de voto, bem como disponibilizar 'emojis' alusivos às cores gaulesas.
A primeira volta das eleições presidenciais vai ocorrer este domingo e caso haja uma segunda volta – agendada para 24 de abril entre os dois candidatos favoritos – a plataforma vai fazer uma contagem regressiva até ao dia do decisivo e reforçar a ida às urnas com a divulgação de uma mensagem automática para lembrar os utilizadores do seu direto de voto.
"Este tipo de parceria, em completa rutura com os códigos institucionais mais tradicionais, é uma escolha assumida e reivindicada da nossa intenção de modernizar a comunicação governamental, de forma a tocar numa nova geração, muito conectada, mas que está longe das urnas", assinalou o diretor do serviço de informação do governo, Michael Nathan, num comunicado de imprensa conjunto entre o executivo e a plataforma.
Esta campanha presidencial está a ser marcada por uma reinvenção da comunicação com os eleitores através da tecnologia. O candidato da esquerda radical francesa, Jean-Luc Mélenchon, recorreu à técnica, até então utilizada mais por cantores, do holograma para aparecer simultaneamente em 12 cidades ao mesmo tempo para dizer aos seus apoiantes que a vitória nas eleições é uma hipótese.
Neste domingo, 12 candidatos vão a votos, onde um será escolhido para ser o próximo Presidente de França. Eles são: Nathalie Arthaud, Nicolas Dupont-Aignan, Anne Hidalgo, Yannick Jadot, Jean Lassalle, Marine Le Pen, Emmanuel Macron, Jean-Luc Mélenchon, Valérie Pécresse, Philippe Poutou, Fabien Roussel e Éric Zemmour.
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