por Pedro d'Anunciação
Embora todos conheçamos quase de certeza alguém do PCP favorável a Putin na Guerra da Ucrânia, temos de reconhecer que Jerónimo de Sousa, embora muito detestado pelos mais ortodoxos satalinistas, conseguiu para já uma notável evolução do PCP, ao não dar por adquiridas as afirmações de Putin, e se limitar a desconfiar da situação (e não é para menos, dada a sua gravidade) criada pelas mortes brutais dos civis (contrárias a qualquer conceito moderno da Guerra), pedindo uma investigação rigorosa e imparcial. Embora a sua posição nem sempre seja completamente compreensível, como se compreende, e se viu esta semana na AR. Ao ponto de votar contra estar lá por videoconferência o Presidente da Ucrânia, que o resto da esquerda toda recebe festivamente.
Também depois de Jerónimo, é improvável que o PCP (uma enorme excrescência na actualidade) continue a existir como partido. Mesmo limitando-se ao populismo das reivindicações cegas, o seu futuro será só sindical (e mesmo esse…), a avaliar pelo que aconteceu no resto do mundo. E talvez, por este andar, no tempo ainda de Jerónimo de Sousa.
Porque as pessoas vão ficando mais cultas, e entendendo que os aumentos por aumentos cegos podem provocar só inflação, e acabarem numa real diminuição do poder de compra.