Nasceu na Somália a primeira redação composta só por mulheres

“Não quero saber se os homens estão interessados nas nossas peças ou não. Eles já estão bem servidos por centenas de outros órgãos de comunicação somali se os seus únicos interesses são a política e a interminável e inconsequente birra que ela envolve”, afirmou Nasrin Mohamed Ahmed, editora executiva do jornal. 

Nasceu o Bilan Project, primeiro orgão de comunicação social composto exclusivamente por mulheres, na Somália, e que tem como objetivo combater a discriminação de género no país. 

O projeto é liderado por Nasrin Mohamed Ahmed, uma das poucas jornalistas mulheres no país e fundadora da Organização das Mulheres Jornalistas Somali, financiado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O orgão de comunicação irá contar com seis jornalistas e irá trabalhar em conteúdos jornalísticos para o digital, rádio e televisão. 

A editora-executiva explicou ao The Guardian que o Bilan Project pretende alertar sobre os problemas de violência de género na Sómalia, mas também dar visibilidade às mulheres com posições fortes na sociedade, como no meio empresarial ou político. 

"Não quero saber se os homens estão interessados nas nossas peças ou não. Eles já estão bem servidos por centenas de outros órgãos de comunicação somali se os seus únicos interesses são a política e a interminável e inconsequente birra que ela envolve", afirmou Nasrin Mohamed Ahmed.

O maior desafio no jornalismo na Somália, diz, é o abuso sexual. "O maior desafio para as mulheres jornalistas é o abuso, especialmente por homens jornalistas. Oferecem ajuda, mas apenas se receberem algo de volta", disse.