Eldrick Tont ‘Tiger’ Woods regressou ao golfe profissional, após sensivelmente 16 meses de ausência. Em fevereiro de 2021, Woods sofreu um aparatoso acidente de viação e chegou mesmo a admitir que isso significaria o fim da sua carreira.
Mas na semana passada, e depois de mais de 500 dias de ausência dos grandes torneios (o último que tinha contado com a presença do golfista foi o Masters de 2020, em novembro desse ano), Woods regressou ao ativo, da forma mais icónica possível: participou no 86.º Masters de Augusta, um dos torneios mais cobiçados do mundo do golfe, onde, há 25 anos, conquistou o seu primeiro Major de sempre, quando tinha apenas 21 anos de idade. É, aliás, o mais jovem vencedor de sempre deste torneio, onde voltou a singrar em 2001, 2002, 2005 e 2019. Este ano, no entanto, a vida não correu tão bem a Woods: na terceira volta, o mítico golfista contava um total de 223 ‘shots’ (sete acima), no grupo dos 41.º classificados, acabando o torneio com 13 tacadas acima, ao passo que o norte-americano Scottie Scheffler, de 25 anos, conquistou o título, com 10 tacadas abaixo. «Não joguei o meu melhor, mas só o ter o apoio e a apreciação de todos os fãs, não acho que as palavras possam descrever isso», disse Woods. «Parabéns a Scottie Scheffler pela excelente vitória. Foi uma experiência especial», concluiu.
O acidente de fevereiro de 2021, apesar de ter ficado para trás no tempo, pareceu deixar mazelas no jogo do golfista que, reforce-se, conta já 46 anos de idade e uma vida atribulada, de altos e baixos, com várias polémicas pelo meio. Woods, ainda assim, poderá ter saído de Augusta muito longe dos seus resultados em anos anteriores, mas só o facto de ter participado foi, para muitos, um ato heroico. A própria revista People citou uma fonte próxima do golfista que admitiu que dias antes do torneio a sua participação era ainda incerta: «Ele esteve vários dias seguidos quase sem nenhuma dor, então pensou em aparecer e ver o que podia fazer. Ele sabe que não é o fim do mundo se não for realmente um candidato à vitória; ninguém está à espera, honestamente. que ele volte lá e ganhe tudo».
Desengane-se, portanto, quem acha que o mundo já viu o que tinha a ver sobre Tiger Woods. Apesar da idade, e das polémicas, o norte-americano, detentor de 15 títulos em Majors, continua a ser um dos nomes mais importantes do golfe mundial. Que o diga o investidor norte-americano que pagou, recentemente, 5.156.162 dólares (quase cinco milhões de euros!), um valor inédito no que toca a transações de objetos de golfe, pelo conjunto de tacos de ferro que Tiger Woods usou para vencer quatro torneios Major, entre 2000 e 2001. Uma venda levada a cabo pela casa de leilões norte-americana Golden Age Auctions, e que bateu, de longe, o recorde previamente estabelecido, em 2013, relativo ao leilão de um casaco pertencente ao golfista Horton Smith, que foi vendido por 682 mil dólares (cerca de 627 mil euros). «Já tinha [os tacos] há 12 anos e não disse a ninguém que os tinha. Estavam numa moldura muito bonita, no meu escritório e, agora, não sou um investidor de objetos de coleção, por isso ninguém iria ver os tacos […] Tive a oportunidade de os ver durante estes 12 anos, e é como um quadro de Rembrandt, em que alguém o leva para o seu castelo e nunca mais é visto. Senti-me abençoado por poder tê-los, mas é altura de alguém fazer algo de maior e melhor com eles», comentou à estação televisiva ESPN o proprietário do conjunto milionário, Todd Brock, um investidor natural de Houston, no Texas, que comprou os tacos em 2010 por apenas 57.242 dólares (cerca de 52 mil euros).
A vida e carreira de Tiger Woods ficaram para sempre marcadas pelas polémicas: a mais recente é o acidente de fevereiro de 2021, mas, em 2017, o nome do golfista também surgiu em manchetes por todo o mundo. Na altura, Woods foi detido na Flórida, durante a madrugada, acusado de conduzir sob a influência de álcool ou drogas, quando foi encontrado pelas autoridades ao volante de um veículo parado na rua, com o motor aceso, a dormir. Woods acabou por ser condenado a 50 horas de serviço comunitário e a uma multa de 250 dólares. E também em 2009, quando protagonizou um outro aparatoso acidente de viação.