Marcelo Rebelo de Sousa assinou, no domingo de Páscoa, o decreto que estabelece luto nacional para esta terça-feira, devido à morte da atriz Eunice Muñoz. O luto nacional implica que a Bandeira Nacional deve ser içada a meia haste em todos os edifícios públicos, devendo ser cancelados ou adiados os eventos organizados ou promovidos por entidades ligadas ao Estado.
“O Presidente da República assinou ontem o Decreto que estabelece luto nacional, na terça-feira 19 de abril, em homenagem a Eunice Muñoz”, lê-se numa nota publicada no site oficial da Presidência da República, sendo que, na passada sexta-feira, Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura, já tinha declarado à TSF que o Governo tencionava decretar “luto nacional no dia do funeral” da atriz.
O velório da artista que morreu esta sexta-feira, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, tendo completado em novembro 80 anos de carreira, decorreu ontem a partir das 17h na Basílica da Estrela e hoje, às 15h, terão início as exéquias, seguindo o cortejo do funeral para o Cemitério do Alto de São João. A atriz deixou instruções para que as suas cinzas fossem espalhadas junto a um poço, na Amareleja, terra que a viu nascer a 30 de julho de 1928, onde em pequena costumava brincar com o irmão mais novo.
Em abril do ano passado, Eunice Muñoz havia sido condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’iago da Espada, aproximadamente três anos depois de ter recebido a Grã-Cruz da Ordem de Mérito.
Quanto à possibilidade de a atriz vir a ser transladada para o Panteão, Marcelo Rebelo de Sousa recusou fazer qualquer comentário. “Eu pessoalmente não acho nada. Era uma maneira de intervir na competência da Assembleia. Tenho de ter muito cuidado nisso”, disse aos jornalistas, durante uma visita ao mercado das Velas, na ilha de S. Jorge, Açores. No entanto, destacou numa nota de pesar: “Tive oportunidade de estar com Eunice diversas vezes ao longo do meu mandato, de a ver e ouvir, de a aplaudir, de com ela conversar, e de a homenagear, fazendo minhas as palavras de tantos portugueses na admiração e carinho que lhe tivemos e na grata memória que dela guardamos”.