Alegada escravatura de migrantes moldavos investigada pelo MP após denúncia do i

Inquérito encontra-se em fase de investigação. Catalin Schitco, estudante universitário que fez a denúncia ao i, diz estar “surpreendido com a forma rápida como tudo se disseminou”.

Depois de o i ter noticiado a denúncia relativa a 200 migrantes moldavos que estarão a ser escravizados em Serpa, no distrito de Beja, o Ministério Público (MP) confirmou “a receção de auto de ocorrência da GNR, o qual deu origem a um inquérito” que se encontra em fase de investigação.

“Confesso que estou surpreendido com a forma rápida como tudo se disseminou. Ainda bem, espero que estas pessoas sejam ajudadas!”, diz ao i Catalin Schitco, estudante universitário de 20 anos, de origem moldava e residente em Portugal há mais de 18 anos que explicou, em primeira instância, na rede social Twitter, que havia sido abordado por uma moradora de uma aldeia em Serpa, avó de uma amiga próxima, que lhe havia narrado aquilo que estará a acontecer.

“São às centenas e têm condições precárias”, referiu, ontem, o estudante que frequenta o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa (ISCAL), tendo acrescentado que a mulher supostamente terá conseguido conversar com um dos migrantes, pois este fala italiano. “Quando questionado acerca do motivo pelo qual continuava a trabalhar assim, o migrante moldavo justificou que o patrão não lhe dava dinheiro porque o retinha e descontava para a Segurança Social para garantir a cidadania europeia”, apontou Catalin, rematando que “parece ser este o modus operandi da rede”.

A seu lado, a GNR garantiu que “tem estado particularmente atenta à situação dos migrantes”, declarando que “tem realizado ações de policiamento e de fiscalização, intensificadas desde janeiro, com o objetivo de detetar possíveis situações de exploração de trabalhadores, tráfico de seres humanos, imigração ilegal, exploração laboral, bem como de outros fenómenos associados”.

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