A partir de dia 29 de abril, o ‘Autorretrato com Boina e Duas Correntes’ de Rembrandt vai estar em exibição na Galeria de Pintura do séc. XVII do Museu Gulbenkian, em Lisboa, ao lado de outras duas pinturas de Rembrandt: ‘Figura de Ancião’ e ‘Palas Atena’.
Ao longo da sua vida, o pintor holandês produziu mais de 300 pinturas, tendo-se dedicado bastante ao desenho de si próprio: 40 das suas produções são precisamente autorretratos. No princípio, o artista começou por se apresentar bastante fiel à sua própria imagem. Contudo, a partir de 1629 é possível observar que este mudou propositadamente a sua imagem num número significativo de autorretratos, "muitas vezes com recurso a adereços exóticos''.
Na obra em questão, que ficará uma temporada em Portugal, Rembrandt van Rijn apresenta-se vestido de preto, com um gibão rematado por pele e duas correntes de ouro, sob fundo neutro.
De acordo com um texto da Conservadora de Pintura do Museu Gulbenkian, Luísa Sampaio, a obra é “suportada por uma convincente ilusão de realidade, que nos coloca perante uma característica particularmente estimulante do génio do artista”. Além disso, “suscita a convicção de que a função do autorretrato na obra do pintor, ora insinua uma interpretação possível ora traduz uma realidade."
Ao longo do tempo, segundo especialistas, existem dois fatores determinantes para esta tipologia de representação: por um lado, “a representação de um famoso”, por outro, “a existência de uma obra autografada da raison d’être da sua notoriedade”.