O antigo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, foi constituído arguido, esta sexta-feira, no caso do atropelamento mortal na A6 de um trabalhador. Apresentou-se esta manhã ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora para “prestar declarações”.
Questionado pelos jornalistas na chegada ao DIAP de Évora sobre se ia falar antes de ser interrogado, Cabrita apenas disse que ia “prestar declarações”.
Agora, Eduardo Cabrita é o terceiro arguido constituído neste caso, juntando-se ao motorista que conduzia o carro e o chefe de segurança. Segundo a CNN Portugal, o ex-ministro deverá ser acusado pela autoria paralela e por omissão de crime de homicídio por negligência.
Quando o caso foi aberto, Eduardo Cabrita não foi constituído arguido, mas em janeiro, o Ministério Público decidiu reabrir o processo, ao entender que deviam ser avaliadas “as alegadas condutas omissivas” do ex-governante, visto que não foram “objeto de apreciação e decisão em sede de despacho de encerramento de inquérito”.
Ou seja, o MP quer apurar se houve alguma “responsabilidade com relevância criminal” por parte do ex-ministro, para quem o motorista trabalhava.
O acidente mortal ocorreu no dia 18 de julho do ano passado, quando a viatura do ministro seguia em comitiva, na A6, com mais dois veículos, acabando por atropelar Nuno Santos, um dos trabalhadores que estavam a realizar obras de manutenção da via, ao quilómetro 77, no sentido Caia/Marateca.