Fabrice Leggeri, diretor da agência europeia da guarda de fronteiras Frontex, demitiu-se. A decisão veio depois da conclusão de um inquérito do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF) que fala em alegações de assédio, conduta imprópria e afastamento ilegal de migrantes.
À frente da Frontex desde 2015, Leggeri tem sido criticado por várias organizações não-governamentais (ONG), que acusam a agência de desrespeitar os direitos humanos, designadamente de ter tolerância com as autoridades gregas, que recoirrem a práticas que violam a lei internacional no que diz respeito à rejeição de assistência a embarcações de migrantes à deriva, assim como alegadas operações para bloquear a sua chegada às fronteiras externas da União.
Note-se que a investigação do OLAF, gabinete que investiga faltas graves nas instituições europeias, começou há mais de um ano, tendo sido agora concluída, com os resultados a serem possivelmente o motivo da apresentação da demissão de Leggeri.
Apesar da investigação e das críticas das ONG's, Fabrice Leggeri negou todas as acusações. “Devolvo o meu mandato à administração, pois parece que o mandato da Frontex para o qual fui eleito, tendo sido reconduzido em 2019, foi modificado, de forma silenciosa mas eficaz”, afirmou.
A Frontex foi criada em 2004 para ajudar os Estados-membros da União Europeia, e os países associados de Schengen, a proteger as fronteiras externas do espaço de livre circulação.