Notícia atualizada às 10h33
O menino de 21 meses que estava internado no Hospital de São João, no Porto, com sintomas "suspeitos" de hepatite aguda e que teve alta hospitalar na quinta-feira à tarde, não está com hepatite aguda. Os resultados foram divulgados esta sexta-feira e confirmaram que a criança está infetada com três vírus.
Segundo fonte do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) à agência Lusa, "a criança testou positivo para três vírus, entre os quais o Influenza A, sendo que qualquer um deles pode ter sido a causa da patologia hepática aguda que foi diagnosticada".
"Os resultados dos exames ao menino de 21 meses excluíram a hipótese do quadro de hepatite aguda que tem sido descrito. O menino encontra-se estável e a evoluir favoravelmente, estando o hospital a monitorizar e a prestar todos os cuidados necessários", disse ainda.
A criança tinha ido para casa na quinta-feira à tarde com um diagnóstico de gripe do subtipo A e encontrava-se a aguardar os resultados da despistagem da hepatite.
Na quinta-feira, Fernando Araújo, presidente do Conselho de Administração do CHUSJ, adiantou que a criança estava a ser avaliada e que os resultados seriam conhecidos nos próximos dias:
"Temos uma criança suspeita de hepatite aguda que ainda está a ser avaliada do ponto de vista laboratorial. Cumpre com os critérios que estão definidos para caso suspeito, por isso, ainda hoje será registada dessa forma, ainda que em termos clínicos a suspeita para este tipo de hepatite seja pouco robusta", disse o responsável.
Em declarações aos jornalistas, à margem do primeiro teste de veículos não tripulados realizado no hospital, o responsável adiantou que a criança se encontrava "estável" e que a evoluação clínica estava a ser acompanhada. Apesar da suspeita de hepatite aguda, Fernando Araújo disse que "não se prevê que seja um caso confirmado nesse sentido".
No mesmo momento, Lacerda Sales afirmou que o Governo olhava com "preocupação" ara os cerca de 200 casos de hepatite aguda em crianças que têm surgido a nível mundial.
"São cerca de 200 casos a nível mundial, com 20 casos de transplante hepático. De facto, aquilo que devemos fazer neste momento é ter os colegas de medicina geral e familiar e pediatras em grande alerta, para poderem monitorizar, e as pessoas estarem sensibilizadas para alguns sintomas nestas crianças", disse o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.
Ainda ontem a Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou que foi criada uma "task-force" de "acompanhamento e atualização" ao surto de hepatite aguda em crianças, sublinhando que o caso suspeito em Portugal tem um diagnóstico de gripe A.
A missão da "task-force" será "o acompanhamento e atualização da situação internacional, a avaliação de risco a nível nacional e a elaboração de orientações técnicas para a deteção precoce de eventuais casos que venham a ser identificados no país", lê-se num comunicado emitido pela autoridade de saúde.