A escola de Trump em Brasília

A resposta do presidente Bolsonaro, embora com respaldo legal, indultando o condenado, gerou um enfrentamento que vai se tornar uma novela, com lances semanais, gerando um clima de crise institucional.

O Supremo Tribunal, ao que tudo indica, exorbitou ao condenar a oito anos de prisão e perda do mandato um deputado que ofendeu um ministro do Supremo e disse que o povo deveria fechar a instituição. Uma bobagem, de um personagem menor, que provocou um processo movido pelo ministro Alexandre Morais, que foi o relator do próprio processo.

A resposta do presidente Bolsonaro, embora com respaldo legal, indultando o condenado, gerou um enfrentamento que vai se tornar uma novela, com lances semanais, gerando um clima de crise institucional.

Tudo o que as pessoas responsáveis deveriam evitar. Está ficando cada vez mais claro que o presidente quer gerar uma crise, não se sabe com que objetivo, uma vez que não conta com o Judiciário e, ao que tudo indica, também não com os militares – e nisso pode estar o grande engano do Presidente.

Outro confronto da semana foi entre o ministro do Supremo Luis Roberto Barroso e os militares. Bolsonaro sobrevive, hoje, nas forças vivas da sociedade, em função de ser o nome a se contrapor ao do Lula da Silva, que parece identificado com a nova ordem representada pelos governos da Venezuela, Argentina, Peru e Chile, de hostilidade à capital. As consequências são previsíveis.
 
Variedades

• A presença de José Sócrates no jantar em homenagem a Geraldo Alckmin, companheiro agora de Lula da Silva, parece ter sido um erro do PT. O objetivo seria conquistar a ainda poderosa comunidade portuguesa espalhada pelo país para a eleição de Lula em outubro. O advogado Almeida Castro – Kakay –, que defende os principais membros do PT nos processos, fez a ligação do político português. Sócrates foi parceiro de Lula e José Dirceu na operação em que o PT trocou de posições nas teles brasileiras com a Telefonica de Espanha, com evidentes prejuízos para a PT.

• Carnaval fora de época foi sucesso no Rio e em São Paulo em função dos desfiles das escolas de samba. A relevância do Rio pode ser constatada pela Rede Globo, que transmitiu o desfile do Rio para todo o país, ficando para São Paulo o desfile local. No Rio, a hotelaria acusou 80% de ocupação. A atriz Sabrina Sato desfilou em São Paulo e no Rio na mesma noite. Fez a viagem em jato particular e teve escolta no percurso do aeroporto para a passarela do samba. No Rio, venceu a Grande Rio, tendo Exu como enredo. Sinal dos tempos!

• O recurso da mediação nos processos de recuperação judicial de empresas ganha força como meio de fugir à demora do Judiciário e aos custos que os processos acarretam, prejudicando a volta à normalidade das empresas. Fizeram a opção recentemente: a Renova Energia e o Hotel Maksoud, que foi o mais importante de São Paulo durante quase 50 anos.

• Uma curiosidade: o Estado do Pará, sempre muito ligado a Portugal, tem 12 cidades com nome de localidades portuguesas. A começar pela capital, Belém, e municípios de Bragança, Santarém, Viseu, Alenquer, Óbidos, Almeirim, Melgaço, Chaves, Ourém, Aveiro, Colares e Faro.

• O deputado Aécio Neves, que foi governador de Minas por dois mandatos, senador e candidato a presidente da República, andou recolhido em função de acusações improcedentes. Esperou a Justiça se manifestar, inocentando-o de qualquer ato passível de investigação. Volta, agora, a sua relevância na política nacional e é a voz mais ouvida na busca de um nome para ser a terceira via. O neto de Tancredo Neves herdou a sensibilidade política do avô.

• Indiferente as complicações da política, a Heineken anunciou que vai ser em Minas a sua nova fabrica no país, em investimento de trezentos milhões de euros. E o Ministro Paulo Guedes testou positivo na covid