A inflação nos países da OCDE disparou para os 8,8% em março deste ano, valor que compara com os 7,8% registados em fevereiro e os 2,4% de março do ano passado. O valor foi divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que diz que o aumento da inflação é impulsionado pelo crescimento dos preços da energia e que este é o “aumento mais acentuado desde outubro de 1988”.
Os valores mostram ainda que cerca de um quinto dos países da OCDE registaram inflação de dois dígitos, com a taxa mais alta na Turquia em 61,1%.
A OCDE avança também que a inflação dos preços da energia nestes países – 38 no total – disparou para 33,7% em março, face aos 26,6% de fevereiro, tendo atingido a sua taxa mais alta desde maio de 1980. “Excluindo alimentos e energia, a inflação homóloga aumentou para 5,9% em março, após 5,6% em fevereiro de 2022”, detalha a organização.
Fazendo as contas apenas à zona euro, a inflação global medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) subiu para 7,4% em março, em comparação com os 5,9% em fevereiro.
Mas excluindo alimentos e energia, a inflação na zona euro cresceu para 2,9% em março, face aos 2,7% em fevereiro. Recorde-se que a estimativa rápida do Eurostat para a zona euro em abril aponta para um aumento da inflação homóloga e da inflação excluindo alimentos e energia (para 7,5% e 3,5%, respetivamente).
Nos países do G20 a inflação atingiu os 7,9% em comparação com 6,8% em fevereiro. Já nos países do G7, a inflação aumentou em todos, atingindo uma taxa de 7,1%. O maior aumento foi registado na Alemanha (+2,1 pontos percentuais) e o menor no Japão (+0,3 pontos percentuais).
“A energia foi o principal contribuinte para a inflação na França, Alemanha e Itália, enquanto a inflação excluindo alimentos e energia foi o principal impulsionador da inflação geral no Canadá, Reino Unido e Estados Unidos”, justifica a OCDE.
Em Portugal, tal como avança o INE, a taxa de inflação foi de 5,3% em março. Em abril, terá sido de 7,2%.