A guerra na Ucrânia deverá levar a um abrandamento económico à escala global. E, na zona euro, a desaceleração do crescimento da atividade económica pode traduzir-se num aumento do risco de incumprimento de pagamentos por parte das empresas, o que poderá resultar numa subida de 12% das insolvências na zona euro neste ano.
Estas são as estimativas dos economistas da Allianz Trade, acionista da COSEC e que constam no estudo Corporate credit: straddle or struggle?. “Este crescimento das insolvências na área da moeda única espelha uma realidade desigual entre os Estados-membros. A economia italiana já registava um aumento das insolvências no ano passado enquanto a economia germânica e a francesa registavam níveis baixos”, diz Jordi Basco Carrera, especialista sénior da área de investimento.
O estudo diz ainda que as empresas europeias são das mais afetadas pela guerra. “Com os preços das matérias-primas a disparar – em particular das matérias-primas energéticas, como o gás e o petróleo –, com as perturbações das cadeias de abastecimento que já se vinham a fazer sentir desde do ano passado a agravar-se, a incerteza ao nível económico está também a aumentar”, defendem, acrescentando que, ainda assim, “a almofada financeira que as empresas tinham criado tem estado até agora a amortecer os efeitos do aumento do custo das matérias-primas e da disrupção das cadeias logísticas”.
No entanto, admitem que, o impacto real da guerra nas contas das maiores empresas ainda não é evidente, mas admitem que “os primeiros resultados trimestrais que as cotadas têm estado a apresentar denotam já alguns efeitos, embora ainda controláveis”, acrescentando que “as estimativas para as economias são um indicador muito relevante para as empresas pelo que, uma deterioração da atividade económica acaba por ter efeitos para as companhias”.