Nunca é demais repeti-lo: como é que um representante de ucranianos vem para Portugal defender a ilegalização de um partido, no caso do PCP? E não, não é um caso sem importância. O que não justificará as brincadeiras da Câmara de Setúbal, ainda por cima sem explicações suficientes, e uma atitude muito inexplicavelmente activa do PS a favor da CDU.
Claro que a nossa maioria de pessoas apoia a Ucrânia nesta Guerra, não só por ser um David (cheio de razão, ao que parece) contra um Golias, mas também pela nossa experiência em Portugal com os ucranianos. E além disso, há ainda as vantagens que retiramos a um preço muito reduzido, pelo que vimos em todas as TVs que os ucranianos estão a pagar, perante um PCP indiferente ao sofrimento alheio, que poderá vir a ser o nosso (caso não apreciemos a escravatura que Putin quer impor). Mas queremo-los em democracia plena. E o PCP estará a caminho de perder os seus deputados todos, como deve ser. Sem querermos novamente ilegalizações de partidos. Não estamos ainda mergulhados numa lógica de guerra.
No fundo, esta gente, além de ser má para a situação do seu próprio país – preferindo uma distância confortável a ir lá defendê-lo –, ainda vem dar razão a quem não os quer na UE.