O mural dedicado à histórica Batalha de Ourique em Castro Verde foi vandalizado, informou, esta segunda-feira, o município que apresentou queixa à Guarda Nacional Republicana (GNR), com o objetivo de identificar o autor que praticou o “atentado à memória histórica”.
O ato “lamentável, inaceitável e de puro vandalismo” foi descoberto na passada quinta-feira, revelou o presidente da Câmara de Castro Verde, António José Brito, à agência Lusa. O mural localiza-se junto à Ermida de S. Pedro das Cabeças.
De acordo com o autarca e com as imagens partilhada na página da rede social Facebook do município, foi inscrito a vermelho a frase "O senhor odeia a alma dos que amam a violência. Salmo 11:5", foi ainda desenhado o símbolo da paz.
"A autarquia não aceita e a liberdade de expressão não se compadece com este ato de vandalismo, que apenas pode ser classificado como um crime público, um atentado e uma ofensa à memória histórica e à manifestação cultural expressa no mural", sustentou António José Brito.
Por isso, adiantou, a Câmara de Castro Verde já apresentou uma queixa à GNR contra desconhecidos e no sentido de se identificar e pedir responsabilidades ao autor ou autores do ato de vandalismo.
O mural foi pintado por um grupo de alunos da Escola Superior de Belas Artes do Porto e da Escola Secundária de Castro Verde no sítio de S. Pedro das Cabeças em 2014, a propósito das comemorações dos 875 anos da Batalha de Ourique.
Nas palavras do município, S. Pedro das Cabeças é "uma referência na historiografia portuguesa como local da Batalha de Ourique, no século XII" e um "local de forte importância histórica para o concelho" de Castro Verde.
A lenda conta que Afonso Henriques defrontou, em 25 de julho de 1139, nos então chamados "Campos de Ourique", um vasto exército comandado por cinco reis mouros e, após a vitória, os seus soldados levaram-no a autoproclamar-se Rei de Portugal.
É neste local que a Câmara de Castro Verde costuma desenvolver anualmente, em julho, iniciativas para celebrar o aniversário da Batalha de Ourique.