Falta pouco mais de um ano para a realização da próximas Jornadas Mundiais da Juventude. Por estes dias foram divulgados os nomes dos santos padroeiros. São treze!
Os santos patronos não são apenas apresentados, como muitas vezes vemos os santos, como protetores da realização das jornadas, mas como estímulos de santidade para os jovens. Todos os santos apresentados têm uma ligação a Portugal ou à própria juventude.
Habituados que estamos a ver as igrejas católicas repletas de imagens de santos em posições piedosas, quase que esfíngicas, somos muitas vezes levados a comparar os santos com algumas figuras mitológicas.
Apesar de muitas vezes os nossos contemporâneos considerarem o fenómeno religioso como uma realidade bafienta de um passado que não terá retoma, penso que este tempo que falta até às Jornadas Mundiais da Juventude pode ser uma oportunidade para entrarmos no conhecimento destes patronos.
Apesar das muitas florinhas que alguma vida dos santos está revestida, eles foram homens e mulheres, foram jovens e foram crianças. Eles foram como nós, com as mesmas tentações, com as mesmas aspirações, com as mesmas alegrias e as mesmas tristezas.
Pode acontecer que pensemos que viveram num tempo que não era o nosso. Será assim?
Vejamos, por exemplo, Carlo Acutis! Este italiano morreu há apenas quinze anos, em 2006. Carlo tinha apenas quinze anos quando morreu de leucemia. A sua pequena vida foi cheia de uma relação interior com Deus e uma amor à Eucaristia diária incrível.
Estudava. Dedicava a sua vida à internet e, quando morreu, estava a construir um site com os principais santuários com milagres eucarísticos do mundo.
Era um adolescente normal. Fazia desporto. Tinha os seus amigos. E estava em todas as atividades normais dos adolescentes.
Sofreu serenamente a sua doença! Foi possuído com a mansidão do Espírito Santo para aceitar em tudo o amor de Deus nas suas tribulações.
Hoje, o seu corpo está num altar da Basílica de Assis, em Itália, vestido com as roupas que lhe eram próprias e calçado com uns ténis da Nike.
Este rapaz de quinze anos que foi beatificado pelo Papa Francisco há tão pouco tempo é uma parábola do que Deus quer fazer connosco, isto é, levar-nos a uma vida normal, como gente normal do século XX, com uma intimidade com Cristo extraordinária.
Nós, hoje, precisamos de redescobrir esta mesma intimidade que Carlo Acutis tinha com Cristo na presença eucarística.
Precisamos de entrar novamente na igreja e parar a vida, parar o telemóvel, respirar e sentir a respiração daquele Vivente que sabemos que nos ama – Deus.
Seguramente daqui a pouco mais de um ano vamos estar a ver um rio de jovens a andar pelas ruas de Lisboa a cantar e saltar de um lado para o outro. Farão coisas boas… outros farão tropelias e excessos.
São apenas jovens… como o Carlo Acutis… vai ser uma das maiores alegrias que já vimos acontecer em Portugal. Vamos poder ver o início da santidade para a vida de milhares de jovens.
Alguns dos rapazes que vão participar nas Jornadas entrarão no seminário depois e algumas das raparigas entrarão nos mosteiros. Muitos deles encontrarão aqui os seus namorados com quem irão casar dentro de alguns anos. Todos virão beber da vida deste e dos outros santos como uma inspiração. Viverão a sua vida normal e alguns deles, seguramente, hão de ser colocados em altares, como Acutis o foi neste tempo.