O Bloco de Esquerda requereu, esta terça-feira, uma audição com caráter de urgência da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e do presidente da Associação Europeia de Medicina Perinatal, Diogo Ayres-de-Campos, para prestarem esclarecimentos sobre a mortalidade materna em Portugal.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a taxa de mortalidade materna, há cinco anos que os números têm sido bastante elevados em relação aos anos anteriores.
Em 2017, a taxa de mortalidade materna foi de 12,8/100.000 nascimentos, em 2018 de 17,2/100.000 nascimentos, em 2019 de 10,4/100.000 nascimentos e em 2020 de 20,1/100.000 nascimentos.
Já entre 1991 e 2016 a média da taxa de mortalidade materna era de 6,2/100.000 nascimentos.
“Perante esta tendência muito significativa a DGS anunciou e criou uma comissão para analisar os óbitos registados em 2017 e 2018, mas o relatório nunca foi publicado”, sublinhou o Bloco de Esquerda, no seu requerimento.
Para o partido, liderado por Catarina Martins, o aumento da taxa de mortalidade materna “coloca em risco um dos principais e melhores indicadores de saúde do país”, razão pela qual as “causas não podem ser escondidas e a discussão não pode ser adiada”.