O número de infetados pelo vírus Monkeypox, a varíola-dos-macacos, subiu de 37 para 39 casos, confirmou, esta terça-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Grande parte das infeções humanas foi registada na região de Lisboa e Vale do Tejo, mas também já existem casos nas regiões Norte e Algarve.
De acordo com a DGS, todos os casos confirmados são de homens entre os 27 e os 61 anos, sendo que a maioria tem menos de 40 anos.
Neste momento, aguardam-se resultados laboratoriais sobre outras amostras, adiantou também a autoridade de saúde.
Os novos casos foram confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e estão sob "acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis e em ambulatório".
Atualmente está em curso "os inquéritos epidemiológicos dos casos suspeitos que vão sendo detetados, com o objetivo de identificar cadeias de transmissão, potenciais novos casos, respetivos contactos e ainda eventuais locais de exposição".
Esta segunda-feira, Portugal deu um importante passo no rastreio e prevenção deste vírus, ao ser o primeiro país do mundo a identificar o genoma do vírus.
Segundo um importante conselheiro da Organização Mundial da Saúde (OMS), o surto sem precedentes de Monkeypox nos países desenvolvidos é “um evento aleatório” que pode ser explicado pelo comportamento sexual dos participantes de duas raves recentes que aconteceram na Europa.
David Heymann, que anteriormente chefiou o departamento de emergências da OMS, disse ontem à Associated Press que a principal teoria para explicar a propagação da doença era a transmissão sexual em raves realizadas em Espanha e na Bélgica, tendo lembrado que o vírus não desencadeou anteriormente surtos generalizados para além da África, onde é endémico em animais.
O vírus é transmitido de uma pessoa para outra por contacto próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados. Contudo, além destes fatores, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) admitiu ontem que existe um possível risco de transmissão sexual.
É uma "doença zoonótica, em que roedores e primatas não humanos podem ser portadores do vírus e infetar pessoas". A primeira vez que terá sido identificada foi em 1958, quando foram detetados dois surtos em macacos mantidos em cativeiro para fins de investigação. Depois, em 1970, foi identificada em humanos na República Democrática do Congo.
A DGS recomenda que quem apresente lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, – eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço -, procure aconselhamento médico, devendo abster-se de contatos físicos diretos. Além disso, "a abordagem clínica não requer tratamento específico, sendo a doença habitualmente autolimitada em semanas", assinala a autoridade de saúde.