A carga fiscal sobre rendimentos do trabalho em Portugal registou um crescimento de 0,3 pontos percentuais, para 41,8%, em 2021 face a 2020, uma tendência que segue em sentido contrário daquilo que acontece com a média da OCDE onde foi registada uma quebra de 0,06 pontos percentuais, para 34,6%.
Os dados constam no relatório Taxing Wages 2022 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). No ano passado, o nosso país era o 10.º (11.º em 2020) entre os 38 países membros da organização com o peso mais elevado da carga fiscal (IRS e contribuições para a Segurança Social pagos pelo trabalhador e pelo empregador) sobre o trabalhador médio.
A lista é liderada pela Bélgica (com 52,6%), Alemanha (48,1%) e Áustria (47,8%). Já a última posição pertence à Colômbia com uma carga fiscal de 0,0%.
O relatório explica que “embora a carga fiscal para cada tipo de família tenha diminuído, em média, em toda a OCDE durante o ano passado, aumentou em muitos países”, crescimento que está relacionado com a retirada dos apoios dados no âmbito da pandemia de covid-19.
E acrescenta: “A carga fiscal registou quedas acentuadas em toda a OCDE em 2020, devido às medidas implementadas em resposta à Covid-19. No entanto, voltou a subir na maioria dos países em 2021, à medida que muitas dessas medidas foram sendo retiradas, os salários médios aumentaram (em todos os países, exceto dois) e novas reformas foram introduzidas na tributação do trabalho”.