O Irão jurou que se ia vingar pela morte de um coronel da Guarda da Revolução, Sayyad Khodai, que foi assassinado este domingo no exterior da sua casa, em Teerão, por homens armados não identificados que se deslocavam numa motocicleta.
“Insisto na perseguição séria [dos assassinos] pelos agentes de segurança e não tenho dúvidas de que o sangue deste grande mártir será vingado”, disse o Presidente do Irão, Ebrahim Raisi. “Não há dúvida de que a mão da ‘arrogância global’ pode ser vista neste crime”, acrescentou, usando um termo para descrever os Estados Unidos e os seus aliados, como Israel, escreve a Al Jazeera.
Apesar de ainda não haver certeza sobre a autoria dos crimes, analistas afirmam que este assassinato é uma forma de “criar uma operação psicológica no país”.
“O timing do assassinato é muito importante, uma vez que o Governo está a fazer reformas económicas que podem ter potencial para gerar alguns protestos no país”, disse o investigador do Center for Middle Eastern Strategic Studies, na Turquia, Abas Aslani, à Al Jazeera.
Pelo menos seis cientistas e académicos iranianos foram assassinados ou atacados desde 2010, vários por assaltantes em motocicletas, como foi o caso do coronel atacado este domingo, em incidentes que se acredita estarem relacionados com o programa nuclear do Irão, que o Ocidente diz ter como objetivo produzir uma bomba.
As autoridades iranianas negam estas ligações afirmando que o seu programa nuclear tem propósitos “pacíficos”, classificando os assassinatos como atos de “terrorismo” realizados por agências de inteligência ocidentais, nomeadamente pela secreta israelita, a Mossad.
As autoridades israelitas recusaram comentar estas acusações.
Este militar, identificado como “defensor do santuário”, uma referência a iranianos que lutam contra o grupo extremista Estado Islâmico na Síria e no Iraque, e que pertencem à guarda de elite “Quds”, que supervisiona as operações no estrangeiro, foi a figura mais importante a ser assassinada desde a morte do físico nuclear Mohsen Fakhrizadeh.
O físico nuclear foi morto em novembro de 2020, nas proximidades da capital iraniana. A responsabilidade foi atribuída pelos iranianos a Israel.