por Pedro d'Anunciação
É bem diferente julgar por crimes de guerra algum militar que tenha matado civis desarmados, ou algum militar que se limite às suas funções de soldado. Nem Hitler, que parece inspirar Putin, se tinha atrevido a tanto, às claras.
Claro que ambos são demasiado parecidos: Hitler, com igual ou mais apoio popular no seu país, quis igualmente acabar com uma classe de gente, talvez de forma mais claro: em lugar do povo ucraniano, os judeus. No fundo, demasiado igual.
Que apareçam agora vozes a quererem pressionar a Ucrânia a não humilhar demasiado Putin, é o mesmo que seria ceder a Hitler alguma coisa, e pedir aos ucranianos que estejam preparados para novo apetite bélico do dirigente russo – a quem já se viu não bastar ter-se tornado imensamente rico, no meio de um povo pelintra.
Para a Realpolitik do compromisso, seja com quem for, basta-nos o Kissinger. Os seus elogios à Ucrânia até parecem enganadores.