Linha SOS Voz Amiga “sem sede para trabalhar”

A associação responde a aproximadamente 900 chamadas mensais, ajudando quem sofre de problemas psicológicos.

Autodefinindo-se como “uma linha de apoio emocional que se disponibiliza a ajudar todos aqueles que se encontram em situações de sofrimento causadas pela solidão, ansiedade, depressão ou risco de suicídio”, a SOS Voz Amiga responde a aproximadamente 900 chamadas mensais. No entanto, esta quarta-feira, a presidente do serviço deu a conhecer que a mesma ficou sem instalações.

“A SOS Voz Amiga está sem sede para trabalhar”, afirmou Mafalda Pedra Soares, adiantando que está à procura de um parceiro para localizar instalações permanentes na capital. “Sem isso será muito difícil a formação de novos voluntários e o acompanhamento psicológico dos atuais voluntários que neste momento são 50”, avançou a dirigente da primeira linha telefónica em Portugal de prevenção do suicídio e de apoio a situações de sofrimento causadas pela solidão, ansiedade e depressão.

O atendimento continua a ser disponibilizado a quem mais precisa por meio de uma central telefónica cedida pela Altice durante a pandemia de covid-19, sendo que tal permite aos voluntários receber as chamadas em casa. Todavia, aquilo que deixou de estar assegurado é o local onde a direção trabalha e os voluntários recebem semanalmente acompanhamento psicológico e emocional.

De acordo com a responsável, esta situação põe em risco a formação contínua dos voluntários, a admissão de novos voluntários e o próprio serviço. “Se não temos um espaço físico para nos encontrarmos e nos reunirmos e as psicólogas estarem cara a cara com os voluntários em atendimento, que expõem as suas preocupações emocionais, se não tivermos isso a muito curto prazo deixarmos de poder assegurar a linha, porque os voluntários não têm o acompanhamento que nós queremos”, frisou.

Revelando que a associação tem “alguma capacidade para pagar uma renda módica”, explicitou, porém, que esta não pode ficar fragilizada financeiramente. “Não podemos estar na dependência de outros, temos que ter a certeza de que o investimento que possamos vir a fazer em parceria com quem quiser estar connosco, que seja uma parceria de futuro”, declarou, contando que está em contacto com várias entidades, nomeadamente com a CML.

Recorde-se que esta não é primeira vez que a associação fica sem instalações, pois, no final de 2018, a SOS Voz Amiga ia festejar o seu 40.º aniversário e encontrava-se no final de um contrato de arrendamento que não seria renovado.