Por João Rodrigues, Advogado, Vereador do Urbanismo e Inovação da CM de Braga
Podemos inventariar uma série de fatores que indiciam o sucesso ou o insucesso evolutivo de um determinado território ou comunidade. Parece-me, no entanto, que há um dado que desde sempre revelou de forma franca esse mesmo sucesso: o crescimento da população, que é, ainda hoje, o elemento primeiro na análise que se pode fazer de uma determinada realidade histórica. Quando a população aumentou, a comunidade vingou; quando a população diminuiu, a estrutura social regrediu.
Segundo os Censos de 2021, a população residente em Braga sofreu uma variação positiva de 6,5% entre os anos 2011 (181.494) e 2021 (193.349).
Em sentido contrário, o país andou para trás: vivem hoje menos 2,1% das pessoas em Portugal do que as que viviam em 2011, com cidades como Lisboa (-1,2%), Porto (-2,4%), Coimbra (-1.8%), Amadora (-2,1%), Guimarães (-0,8%) ou Oeiras (-0,2%) a perderem, de forma preocupante, população.
Mais relevante ainda: se é certo que menos de uma dezena de concelhos tiveram uma variação superior a 6,5%, certo é também que esses concelhos são concelhos com uma população bem mais reduzida do que a de Braga, com são exemplo disso Odemira, Alcochete ou Vila do Bispo e, por isso, com um aumento efetivo da população pouco expressivo e nada comparável com o aumento de quase 12 mil habitantes de que Braga beneficiou.
Ora, este crescimento absolutamente excecional da população bracarense, em contraciclo acentuado com aquilo que se passa no País, é merecedor de reflexão, ficando óbvia a demonstração de que o caminho distinto que a cidade de Braga tem levado nos últimos anos é o devido (mesmo que sem os colossais apoios que as cidades das grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto conseguem diretamente do Estado Central; note-se, a título de flagrante exemplo, o que se passa com os sistemas de transporte público financiados diretamente pelo Orçamento de Estado, que beneficiam as áreas metropolitanas, de forma exclusiva, com os impostos pagos por todos os portugueses e que esquecem o resto do país).
E como é que chegámos aqui?
Em Braga, o poder político tem centrado a sua atuação em três objetivos principais – qualidade de vida dos cidadãos, captação de investimento e atenuação das desigualdades sociais –, concretizando-a de forma cada vez mais estreita com quem ocupa o lugar de ator principal na vida da cidade e da região. Universidades, empresas, centros de investigação, instituições sociais e os cidadãos são parceiros constantes e imediatos no caminho que se tem trilhado e há, hoje e de facto, uma interlocução direta e contínua entre o poder político e quem vive e trabalha a/na cidade todos os dias.
Braga é também uma cidade cada vez mais aberta ao mundo, replicando bons exemplos e levando também aos outros o que cá se faz. A título de exemplo, o Município de Braga não perde uma oportunidade de fazer parte e de participar ativamente num conjunto de redes internacionais de cidades, o que tem permitido uma troca de ideias e de experiências constante e que se concretiza materialmente na atuação e nas opções do poder político.
Com isto, Braga é hoje um exemplo também lá fora e tem, assim, conseguido trazer cada vez mais pessoas (cada vez mais qualificadas) e mais empresas (com cada vez mais e melhor trabalho) para o seu território, engrandecendo-o e alimentando este ciclo que não lhe permite parar de crescer.
Braga é, cada vez mais, uma cidade procurada por cidadãos de todo o mundo para se viver, para se trabalhar, para se estudar e para se investir. É uma cidade que tem, com sucesso, conseguido trazer os melhores para si e, ao que tudo indica, que continuará a crescer e a qualificar-se como cidade.
Saibam o país e o Estado Central também olhar um pouco mais para Braga e para o que nela se faz. Talvez cá encontrem algumas soluções para muitos dos seus problemas.