Um carro atropelou uma multidão na capital alemã, Berlim, nesta quarta-feira, fazendo pelo menos uma vítima mortal e cerca de 30 feridos.
Até ao momento, ainda não se sabe se se tratou de um acidente ou de um ato deliberado, afirmaram as autoridades alemãs, que detiveram o condutor do carro e revelaram que outras oito pessoas se encontram com ferimentos graves.
“Ainda não se sabe se foi um acidente ou um ato deliberado”, disse a Polícia. “Estamos atualmente no local com cerca de 130 operacionais de emergência”, acrescentaram as autoridades, revelando que “o veículo, um carro pequeno, foi apreendido no local.” O suspeito conduzia um Renault Clio prateado e, depois de avançar contra a multidão na calçada, por volta das 10h30, regressou para a estrada até voltar a subir a calçada e entrar pela vitrine de uma loja de uma rede de cosméticos.
O motorista foi descrito pelas autoridades como um cidadão armênio-alemão, de 29 anos, que se encontrava a viver na capital alemã. O homem foi detido após ser imobilizado por transeuntes perto do local do acidente.
O homem já era conhecido da Polícia, uma vez que possuía um historial de crimes contra a propriedade, que inclui roubo ou furto, informou o jornal alemão Bild.
A vítima mortal era uma professora que se encontrava na rua com um grupos de estudantes.
A presidente da Câmara de Berlim, Franziska Giffey, escreveu no Twitter sentir-se “profundamente abalada por este incidente” e disse aos moradores que “a Polícia está a trabalhar para esclarecer o assunto”.
“Vou ter uma ideia da situação no local ao longo do dia. Gostaria de agradecer aos mais de 130 serviços de emergência pela rápida resposta e atendimento às vítimas”, acrescentou Giffey.
O atropelamento ocorreu ao lado da Igreja da Memória (Gedächtniskirche), destruída pelas bombas da II Guerra Mundial, um dos principais marcos de Berlim.
O atropelamento ocorreu perto do local do ataque ocorrido a 19 de Dezembro de 2016, quando Anis Amri, um tunisino de 24 anos, sequestrou um camião, matou o motorista e abalroou um mercado de Natal, matando mais 11 pessoas e ferindo dezenas.
Amri, que tinha ligações ao Estado Islâmico, que mais tarde reivindicou este ataque, fugiu depois para Itália e acabou por ser morto pela Polícia.
Este tipo de incidentes tem sido um problema que tem afetado o país. Para além do caso de Amri, em abril de 2018, um alemão fez embater a sua carrinha contra pessoas que se encontravam sentadas na esplanda de um restaurante em Muenster, matando cinco pessoas. O autor do crime acabou por se suicidar com um tiro. Os investigadores, mais tarde, concluíram que este tinha problemas de saúde mental.
Em janeiro de 2019, um outro homem alemão feriu oito pessoas ao avançar também com o seu carro contra uma multidão na véspera de Ano Novo nas cidades de Bottrop e Essen. Mais tarde, também foi levado para cuidados psiquiátricos.
Em dezembro de 2020, um outro cidadão alemão conduziu o seu carro através de uma rua de comércio repleta de transeuntes, na cidade de Trier, fazendo cinco vítimas mortais, quatro adultos e um bebé.
Nesse mesmo ano, um outro alemão entrou com o seu carro num desfile de carnaval na cidade central de Volkmarsen, ferindo dezenas de espectadores, incluindo crianças, acabando por ser condenado a prisão perpétua no ano passado.
Mas estes crimes e acidentes também aconteceram antes do ataque reivindicado pelo Estado Islâmico. Durante o Mundial de futebol na Alemanha, em 2006, um alemão abalroou uma multidão reunida para assistir a um jogo no Portão de Brandemburgo, em Berlim, ferindo cerca de 20 pessoas. O motorista foi posteriormente encaminhado para um hospital psiquiátrico.