O Ministério da Defesa russo reivindicou na passada sexta-feira que cerca de 7 mil “mercenários estrangeiros” de 64 países chegaram à Ucrânia desde o início da “intervenção militar” naquele país, a 24 de fevereiro, e quase dois mil destes foram mortos pelas tropas de Vladimir Putin. Nesse relatório, a Rússia alegava que tinha eliminado “19 mercenários portugueses”.
Contudo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal não confirma esta informação, referindo que apenas sete cidadãos portugueses informaram o Governo de que iam deslocar-se para a Ucrânia para combater de forma voluntária. Além disso, o MNE garantiu não ter “registo de mortes” de portugueses.
De acordo com dados de Moscovo, desde o início da invasão, terão chegado à Ucrânia 103 soldados portugueses, 16 já terão regressado. Mas ainda estarão em ação 68 militares portugueses.
O comunicado da Rússia surgiu acompanhado por uma tabela do número de combatentes estrangeiros, ordenados por nacionalidades na chegada à Ucrânia e as perdas registadas, não havendo dados que corroborem estes números nem do lado ucraniano nem de fontes independentes.
Desde o início da invasão de Moscovo na Ucrânia em 24 de fevereiro, milhares de voluntários estrangeiros, principalmente europeus, viajaram para este país para ajudar as tropas ucranianas. Pelos olhos do Kremlin, esses combatentes são “mercenários”, um termo pejorativo que sugere que estes são motivados pelo dinheiro.
Segundo o relatório russo, entre os países europeus, a Polónia “é o líder indiscutível em termos do número de mercenários tanto à chegada como à morte”. Desde o início da guerra, “chegaram à Ucrânia 1831 polacos, dos quais 378 já foram mortos e 272 regressaram a casa”.
Segue-se a Roménia “com 504 chegadas, 102 mortes e 98 partidas”. Já o Reino Unido está em terceiro lugar: “422 chegadas, 101 mortes, 95 partidas”.
No continente norte-americano, o Canadá lidera: 601 chegadas, 162 mortes, 169 partidas. Os EUA vêm em segundo lugar: 530 chegadas, 214 mortes, 227 partidas.
Do Médio Oriente e Ásia, o maior número, “355 mercenários”, veio da Geórgia, dos quais 120 morreram e 90 deixaram a Ucrânia. Depois, 200 combatentes das áreas controladas pelos EUA na Síria. Até à data, 80 foram “eliminados” e 66 deixaram a Ucrânia.
Nas contas totais de Moscovo, desde o início da guerra, 6956 estrangeiros chegaram à Ucrânia, 1956 foram mortos e 1779 já regressaram aos países de origem.
O comando russo dá conta ainda de que os mísseis da Rússia também atingiram 18 locais de armazenamento de equipamentos militares e de guerra, além de 10 posições de artilharia e morteiros ucranianos, incluindo seis baterias de lançadores múltiplos Grad na região de Donetsk, onde também foram destruídos dois armazéns de armas e munições.