Portugal vai receber até ao final do mês as 2.700 vacinas que a União Europeia (UE) vai disponibilizar para as pessoas que tiveram contacto com doentes infetados com o vírus Monkeypox, anunciou, esta quarta-feira, a diretora-geral da Saúde.
"Vamos receber essas vacinas até ao final do mês. Temos já uma posição da Comissão Técnica de Vacinação sobre quem são as pessoas candidatas a ser vacinadas", adiantou Graça Freitas, depois de apresentar o plano de saúde sazonal “Verão Seguro”, na Casa-Museu dos Patudos, em Alpiarça.
Para acompanhar a chegada das vacinas, a diretora disse que também estará pronta no final do mês uma orientação com indicações para a vacinação de contactos, que está a ser trabalhada com os clínicos, a Comissão Técnica de Vacinação e os parceiros das outras instituições.
"É uma vacinação dirigida apenas a contactos dos doentes", afirmou, ao destacar que a quantidade de vacinas enviadas pela UE a Portugal "é suficiente" para as necessidades do país, sendo que há ainda outros mecanismos a que Portugal poderá recorrer, "se necessário".
A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou, esta quarta-feira, mais 13 casos de varíola dos macacos em Portugal, aumentando para 317 o número total de infeções registadas, e confirmadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, no país.
Até ao mês de maio, a Monkeypox só tinha causado surtos já consideráveis na África Central e Ocidental, embora este continente tivesse relatado mais de 1.500 casos e 72 mortes suspeitas, numa epidemia separada.
Note-se que até ao momento nunca foram usadas vacinas em África para controlar a varíola dos macacos.
Na semana passada, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, considerou a disseminação de Monkeypox em países que nunca tiveram contacto com a doença como "incomum e preocupante".
Tedros Adhanom Ghebreyesus convocou uma reunião de especialistas para quinta-feira, para decidir se o surto em expansão deve ser declarado uma emergência global.