“Ficava complicado, nomeadamente porque há situações de consumos e que poderíamos estar a potenciar”, explicou a vereadora dos Direitos Humanos e Sociais na Câmara de Lisboa, Laurinda Alves, quando falava sobre o porquê de não se ter avançado com a extensão a pessoas em situação de sem-abrigo do convite a jovens refugiados para participarem no festival Rock in Rio, feito pela organização do festival. “Há que ter cuidado e preservar muito estas pessoas e protegê-las muito”, acrescentou, durante a reunião do balanço apresentado pelo presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD), relativamente ao trabalho realizado pelo Executivo camarário nos últimos dois meses.
“Quero acreditar que a vereadora não pensou naquilo que disse”, reagiu a vereadora socialista Inês Drummond, citada pela TSF. “Contribuir para os estereótipos não é, seguramente, a missão de uma vereadora dos Direitos Humanos e Sociais”, continuou, afirmando que “não podemos achar que uma população fragilizada como os sem-abrigo são todos alcoólicos e toxicodependentes”. A vereadora do PS acusou ainda as declarações “profundamente infelizes” de Laurinda Alves, e argumentou que “não podemos achar que uma população fragilizada como os sem-abrigo são todos alcoólicos e toxicodependentes”.
Não foi, no entanto, a única pessoa a apontar o dedo à vereadora da CML. Pela Internet, o vídeo onde Laurinda Alves profere estas palavras foi partilhado efusivamente, gerando comentários dos internautas. Entre eles Vasco Barata, deputado municipal do Bloco de Esquerda, que, no Twitter, partilhou o vídeo da vereadora, com a legenda “De facto, é difícil de acreditar. O melhor é mesmo ouvir”.